Adolescente xavante morre em Brasília após sofrer violência sexual

Brasília – Uma indígena xavante, de 16 anos, morreu ontem (25) no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Há suspeita de que ela tenha sofrido violência sexual, segundo informação que a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) diz ter recebido da direção do hospital.

A adolescente teria tido o órgão genital perfurado por objeto pontiagudo, segundo informação obtida pelo programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, junto a policiais.

Em nota, a Funasa informou que o laudo com a causa mortis ainda não foi divulgado, mas que a direção do hospital confirmou os indícios de violência sexual. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal no fim da manhã de hoje (26).

Axavante foi internada no HUB às 8h de ontem (25) apresentando dor abdominal, segundo a Funasa. A adolescente foi avaliada por uma equipe da pediatria do hospital e, em seguida, levada para o centro cirúrgico e faleceu após a segunda parada cardiorrespiratória.

A adolescente vivia, desde o dia 28 de maio, na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) do Distrito Federal, da Funasa, que fica próxima ao Gama, a cerca de 40 quilômetros de Brasília. A garota tinha lesão neurológica e, de acordo com a fundação, não falava e se locomovia apenas por meio de uma cadeira de rodas. A xavante era da aldeia São Pedro, no município de Campinápolis (MT), e estava em Brasília porque fazia tratamento no Hospital Sarah Kubitschek.

De acordo com o órgão, a Casai mantém serviço de vigilância 24 horas. No dia em que a indígena passou mal, 56 pessoas estavam no local, entre pacientes e acompanhantes.

A Funasa encaminhou pedido à Polícia Federal para que investigue a denúncia.

Em abril, um surto de diarréia e vômito matou um garoto de um ano e atingiu outras 57 crianças e quatro adultos da aldeia Tiryó, no município de Óbidos, norte do Pará. Na ocasião, o administrador-executivo regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Macapá (AP), Frederico de Miranda Oliveira, disse que "a assistência à saúde indígena deixa a desejar”.

Crescimento econômico não pode neutralizar esforços pelo meio ambiente, defende ministra

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse hoje (12) que o estímulo ao crescimento da produção do país, o que inclui a área de biocombustíveis, “não pode neutralizar” os esforços feitos pela preservação ambiental, inclusive porque há dependência entre os fatores.

“Nossa economia depende 50% da nossa biodiversidade. Quem destruiria sua galinha dos ovos de ouro?”, comparou ao defender uma “nova narrativa” para o crescimento do país, baseada no desenvolvimento sustentável durante lançamento do Programa Brasileiro de Inventário Corporativo de Gases de Efeito Estufa.

Segundo Marina Silva, além da utilização de terras férteis e de recursos hídricos pelos setores produtivos, o regime de chuvas do país depende da manutenção da Floresta Amazônica.

A ministra voltou a afirmar que “o Brasil não quer ser a Opep [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] dos biocombustíveis”. A organização foi criada em 1960 para centralizar e unificar a política petrolífera dos países membros, que inclui controle de preços e do volume de produção, com poder de pressão sobre o mercado.

“Queremos dar nossa contribuição em relação aos biocombustíveis, mas observando nossa capacidade de suporte. E de forma que não comprometa a segurança alimentar nem a questão ambiental”, apontou.

O zoneamento agrícola da cana-de-açúcar – prometido para o próximo mês pelo ministro da Agricultura, Reinholds Stephanes – e a definição de áreas prioritárias de conservação da biodiversidade foram citados pela ministra como medidas que garantiriam a produção sustentável dos agrocombustíveis.