Primeiro ônibus movido a biodiesel do país é apresentado no Rio

O governo do estado do Rio de Janeiro apresentou hoje (25) o primeiro ônibus comercial do país movido a biodiesel. O combustível para o veículo-piloto, composto por uma mistura de 95% de óleo diesel e 5% de óleo de soja, foi desenvolvido pelo Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).

De acordo com o pesquisador da entidade e um dos responsáveis pelo projeto, Luciano Basto, o óleo de soja é tratado com álcool e um líquido específico para acelerar as reações químicas. O combustível, ele diz, apresenta vantagens, como a redução na importação de óleo diesel e da poluição atmosférica.

"O biodiesel é ambientalmente menos agressivo, porque tem menos enxofre, responsável por causar doenças respiratórias e a chuva ácida", explica. "Ele tem menos aromáticos, que são responsáveis por problemas cancerígenos. E também reduz a emissão de gases capazes de provocar o efeito estufa e o aquecimento global", acrescenta.

O ônibus, que circulará normalmente pela cidade do Rio, faz parte do programa RioBiodiesel, da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia. A intenção do governo é incentivar os empresários para que, nos Jogos Panamericanos do Rio, em 2007, todos os ônibus urbanos da capital estejam circulando com o biodiesel.

Ciro aguarda decisão do STF para iniciar obras de integração

O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, afirmou hoje (12) que espera a derrubada, pelo Supremo Tribunal Federal, de uma última liminar contra o projeto de Integração da Bacia do Rio São Francisco, para que as obras sejam iniciadas. Essa é a 19ª liminar impetrada na Justiça contra o projeto do governo federal, desde 2003. As 18 anteriores haviam sido derrubadas nas instâncias locais.

Segundo Ciro Gomes, que participou hoje de debate sobre o projeto, o governo já está pronto tecnicamente para começar as obras, que deverão durar 24 meses a um custo de R$ 4,5 bilhões.

O ministro afirmou não temer que a obra seja paralisada em 2007, após as eleições presidenciais. "As obras são do Estado brasileiro, não são do partido A, B ou C. Nós não podemos tolerar mais essa prática que infelizmente nós testemunhamos, de obras inacabadas, de obras iniciadas e paralisadas. Se ela tem mérito, ela tem que ser concluída, não importando o partido que ganhou as eleições", disse.

Segundo Ciro Gomes, antes do início das obras o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá se encontrar com o bispo de Barra (BA), Dom Luiz Flávio Cappio, que fez uma greve de fome de 11 dias, em outubro, contra o projeto. O ministro disse acreditar que o encontro poderá ocorrer ainda nesta semana.

Visão Rota Brasil Oeste

A transposição do São Francisco é criticada por muitos especialistas como mais uma obra faraônica sem tanta repercussão social. O formato da transposição é apontado como centralizador e de pouco alcance social.

Segundo o secretário executivo do Movimento Organização Comunitária, organização não-governamental que trabalha no semi-árido, Nadilson Quintela, a transposição é um mito. "É um projeto velho, cheio de politicagem que não promove o uso difuso da água, reproduz uma idéia de crescimento, mas não de desenvolvimento social. Está centrada na grande irrigação e não na agricultura familiar, alimenta a concentração de riquezas", afirma.

Um proposta mais interessante e barata, por exemplo, seria a construção de cisternas de capitação de água da chuva. Uma cisterna, ao custo de R$1.470,00, garante o abastecimento de uma família de cinco pessoas durante 11 meses. Além de estimular a indústria de construção local, esta solução tem alcance maior no sertão e descentraliza a propriedade da água.