Funai toma providências contra extração de madeira no Xingu

Funai – De 16 a 21 próximos, técnicos da Funai voltarão até as terras dos índios Kayabí, na região do Baixo Xingu, em Mato Grosso. O objetivo é reavaliar a situação das áreas que foram invadidas há cerca de um mês por madeireiros. A necessidade de uma nova expedição à área foi verificada na reunião do último dia 11, no Departamento de Proteção Indígena e Meio Ambiente (Depima).

Embora os madeireiros neguem a extração de madeira dentro das áreas proibidas, os índios confirmam a infração. Oito funcionários da Fazenda Ouro Verde, de propriedade da família Vicentini, foram detidos em flagrante pelos índios, quando invadiam as terras para continuar a extração que já havia sido iniciada por outro grupo de funcionários. Outro indício do crime estava a cerca de 300 metros de fora da área, onde foram encontrados dois caminhões com o carregamento de toras ou esplanadas, como também são conhecidas esse tipo de carga. Ao todo foram 68 unidades de madeira retirada ilegalmente.

Agora, a Funai estuda as medidas a serem tomadas. Uma delas poderá ser um laudo de constatação geográfica de ocorrência de violação territorial, extração ilegal de madeira e plaquetamento de árvores. Além disso a Funai poderá tomar medidas judiciais contra os madeireiros envolvidos. (Arnaldo Júnior)

Aracruz Celulose amplia acordo de cooperação com comunidades indígenas

Agência Brasil – ABr – As comunidades indígenas tupiniquim e guarani e a Aracruz Celulose assinaram aditivo ao Termo de Ajustamento de Conduta firmado em abril de 1998, que contempla seis comunidades afiliadas à Associação Indígena Tupiniquim Guarani – AITG, localizadas no Espírito Santo. Segundo as condições acordadas, a Aracruz aumentou em R$ 400 mil por ano os recursos destinados a projetos de geração de renda para as comunidades, elevando a R$ 1,17 milhão o valor anual da contribuição. Também custeará até 35 bolsas de estudo por ano para alunos indígenas que cursarem a faculdade durante a vigência do acordo, que expira em 2018.

Como parte do aditivo, a Aracruz dará ainda apoio a um programa visando aumentar a empregabilidade dos membros das comunidades indígenas, consistindo no levantamento do perfil profissional, programas de qualificação de mão-de-obra e solicitação aos prestadores de serviço da empresa que priorizem a contratação de profissionais daquelas comunidades. Na área de meio ambiente, a empresa fornecerá mudas e apoio técnico para um projeto de reflorestamento em áreas de grotas e das margens dos rios Sauê, Sahy e Guaxindiba, que cortam a reserva indígena, e fará um estudo de recuperação dos rios Sahy e Guaxindiba. (Ubirajara Jr, com informações da Sociedade Brasileira de Silvicultura)

Orçamento para meio ambiente é menor em 2003

Agência Câmara – Em seu primeiro ano de mandato, o futuro Governo terá menos recursos para a área ambiental. A proposta orçamentária para 2003, que vai ser discutida logo depois das eleições, prevê R$ 1,635 bilhão para a gestão ambiental, 26% a menos do que foi previsto no Orçamento de 2002.

Investimentos Baixos

Durante a Rio+10, a Cúpula Mundial de Desenvolvimento Sustentável, que reuniu em Johannesburgo chefes de Estado e representantes de governos nacionais, o Brasil liderou as iniciativas para que os países ricos e pobres investissem mais recursos na área ambiental nos próximos anos. Mas, no contexto interno, o Governo brasileiro vem aplicando cada vez menos recursos em meio ambiente.

Em 2001, o Orçamento para o meio-ambiente do Governo Federal equivalia a 0,39% do total do Orçamento Geral da União. Em 2002, caiu para 0,168%, e os gastos federais com a política ambiental, no primeiro semestre, foram inferiores a 5% do que está previsto para este ano.

Entre as instituições envolvidas com a execução orçamentária para o meio ambiente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) teve um índice de execução global de 32%; o Ministério executou 6,85%; o Fundo Nacional do Meio Ambiente, 4,6%; e a Agência Nacional de Águas (ANA), apenas 3,8%.

Os responsáveis pela baixa execução da política ambiental são os Ministérios da Fazenda e do Planejamento. Para compatibilizar os gastos do Governo com o cumprimento das metas do superávit primário definidas nos acordos de ajuste fiscal com o FMI, os ministros da área econômica fizeram cortes no Orçamento federal, contingenciando boa parte dos recursos para a área ambiental.

Por Sylvia Fonseca/ DA

UFPE discute programa de formação universitária para índios

ASCOM UFPE – A UFPE vai implementar um programa de formação universitária de professores indígenas para tribos de nove etnias localizadas em Pernambuco. O projeto, requisitado pela Comissão de Professores Indígenas de Pernambuco (Copipe), está sendo elaborado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Etnicidade, em parceria com outros centros da Universidade e com a Fundação Nacional do Índio (Funai). A construção dessa proposta vai ser tema de um seminário que acontece no próximo dia 19, das 8h às 18h, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFPE.

O ponto central da discussão será a possibilidade de realização do programa na própria UFPE e a necessidade de oferecer os cursos de forma específica para os índios, com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino fundamental nas tribos indígenas. O processo seletivo e as especificações do Ministério da Educação (MEC) com relação à educação indígena serão outros temas debatidos.

Entre as áreas de estudo mais visadas pelos índios estão Biologia, Informática e as ciências humanas, como a Antropologia. “O ensino universitário vai possibilitar aos indígenas um fortalecimento de sua identidade étnica, ao aprofundarem os conhecimentos de suas tradições”, diz uma das organizadoras do seminário, Ângela Sacchi.

Segundo ela, os conhecimentos obtidos na Universidade também vão ajudar os integrantes das tribos a enfrentar problemas como o conflito pela demarcação de terras, além de facilitar a articulação com ONGs que apóiam os índios. “Apesar de buscarem a revitalização de sua cultura, os índios também querem melhorar a integração com a cultura branca, adquirindo ferramentas para isso nos diversos campos acadêmicos”, completa.

Essa experiência é a terceira do país, já tendo sido implantada, com sucesso, no Mato Grosso e no Acre.

Pesquisador denuncia Cia Cimento Tocantins por crime ambiental em Brasília

Dr. Antônio Ermírio e Meio Ambiente

No último domingo, dia 25 de Agosto, o Dr. Antônio Ermírio de Moraes publicou artigo na Folha de São Paulo onde, reconhecendo a necessidade de um mundo mais limpo, defende, porém, a tese de que há muitos que procuram impedir o desenvolvimento nacional em nome da ecologia.

Na região onde vivo,nas imediações de Sobradinho, em Brasília, a Cia Cimento Tocantins, de propriedade do Dr. Antônio Ermírio, explora cascalho e terra vermelha, materiais prosaicos, encontrados em quase todo o Brasil Central. A Cimento Tocantins, após acabar com um morro na área, resolveu “recuperá-lo”, cedendo-a para depósito de dejetos (incluindo milhares de baterias de celular e restos de tinta) sobre o lençol freático aflorado. Foi criado, desta forma, grave risco de poluição do lençol freático que abastece, por meio de poços artesianos, milhares de moradores de condomínios da região. Cerca de 400 metros da abaixo da área situa-se a escola rural Morro do Sansão, cujas crianças bebem água da mesma origem.

Após a área ter sido embargada pela Secretaria de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do DF, continua a Cimento Tocantins a explorar um trecho mínimo do que resta da “jazida”, hoje, quase em área urbana, cavando diretamente dentro d`água.

Como o próprio Código Penal, em seu art. 271, prevê, como crime, a “poluição de água potável”, peço ao Dr. Antônio Ermírio que suspenda a exploração da área, em nome, dos ideais de respeito à pessoa humana que, tenho certeza, também para ele, se sobrepõe ao interesse do lucro.

Caso contrário, o discurso do “desenvolvimento nacional”, será, como tem sido feito em diferentes ocasiões, usado para envenenar e matar seres humanos e destruir a natureza.

George de Cerqueira Leite Zarur, Ph. D
Economista e Antropólogo

Confira artigo de Antônio Ermírio na Folha de São Paulo

Exposição em Brasília homenageia o Marechal Cândido Rondon

Funai – Um trabalho de pesquisa de dois anos vai ser apresentado ao público, a partir de sexta-feira (06/08), na exposição “Nosso herói Rondon”. A mostra é uma homenagem à vida e à obra de Marechal Cândido Rondon, o primeiro indigenista brasileiro e patrono das comunicações, em parceira do Memorial dos Povos Indígenas e da empresa TCO Celular. A abertura será feita nesta quinta-feira às 19:30h, no Memorial, e contará com a participação do presidente da Funai, Artur Nobre Mendes, do presidente da TCO, Mário César, de umas das lideranças indígenas do Xingu, o cacique Aritana Yawalapiti, de autoridades do Governo do Distrito Federal, além de outros índios Yawalapiti do Parque Nacional do Xingu. A exposição contará com fotos, vídeos, atividades interativas e objetos ligados ao dia-a-dia de Rondon.

Ele viveu de 1865 a 1958 e foi um dos responsáveis pela expansão do telégrafo no Brasil e pela ratificação das fronteiras brasileiras. Também lutou pela preservação de vidas indígenas no final do século XIX e início do século XX, período em que invasão de não-índios nas terras originárias foi constante promovendo a morte de milhares de indígenas. Entrando em contato com os índios, o Marechal Cândido Rondon defendeu a idéia “Morrer se preciso for, matar nunca”, que demonstra o seu posicionamento em defesa dos índios.

A exposição vai até o dia 13 de outubro, e está aberta à visitação de terça a sexta, das 9h às 18h, e nos sábados, domingos e feriados, das 11h às 17h. As escolas interessadas em visitar podem marcar um horário pelo fone 323 8477. O Memorial dos Povos Indígenas fica no Eixo Monumental Oeste, Praça do Buriti, Brasília.

Programas na Amazônia recebem US$ 17 milhões da Alemanha

Agência Brasil – ABr – O Ministério do Meio Ambiente e o governo da Alemanha firmaram hoje dois contratos de contribuição financeira que prevêem a liberação de US$ 17 milhões para projetos ambientais na Amazônia Legal: Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas (PDPI) e Projeto de Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (Provárzea). “O compromisso fundamental desses contratos é garantir a sustentabilidade econômica, social, institucional e cultural dos povos indígenas”, disse a secretária-executiva do Ministério, Mônica Libório. O programa também tem como parceiros o Banco do Brasil, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Os projetos fazem parte do Programa para Proteção das Florestas Tropicais (PPG-7), que conta com a participação dos sete países mais ricos. A Alemanha é o país que mais doa recursos para o meio ambiente. O dinheiro será liberado pelo Banco Kreditanstalt für Wiederaufbau (KFW).

De acordo com o diretor para América Latina e Caribe do KFW, Guenter Zenk, com a primeira doação serão financiados, primeiramente, projetos de grupos indígenas para a proteção de terras indígenas, o uso sustentável de recursos naturais e o resgate de sua cultura.

O PDPI tem o objetivo de melhorar a perspectiva de sustentabilidade econômica, social e cultural dos povos indígenas em suas terras e conservar os recursos naturais nelas existentes. Para isso, serão destinados US$ 13 milhões. Os beneficiados são de nove estados da Amazônia Legal (Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, parte Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins).

Já a finalidade do Provárzea é estabelecer as bases técnicas e científicas na formulação de políticas públicas para a conservação e o gerenciamento dos recursos naturais da várzea, na região central da bacia amazônica, com ênfase nos recursos pesqueiros. Para isso, o apoio do KFW tem dois objetivos: implementar um sistema de monitoramento, na base de um sistema de informação geográfica em duas áreas piloto da várzea, e apoiar iniciativas promissoras de manejo sustentável dos recursos naturais da várzea implementados por municípios, comunidades e por organizações não-governamentais.

A doação do KFW para o Provárzea será de US$ 4 milhões, complementando os recursos do projeto, que já está em execução.

Também participam a Cooperação Técnica do Reino Unido, a Cooperação Técnica da Alemanha (GTZ), o Fundo Fiduciário do Banco Mundial e o governo brasileiro.

A secretária-executiva do Ministério do Meio Ambiente destacou que a valorização da cultura e do modo de vida dos povos indígenas é vital para a conservação do meio ambiente, especialmente na Amazônia. “Nela está concentrada a maioria das terras indígenas do Brasil, cercadas por áreas que estão sendo comprometidas pela pressão exercida sobre seus recursos naturais”, acrescentou.

O presidente da Funai, Artur Nobre Mendes, informou que a população indígena da Amazônia é de 250 mil habitantes e que o objetivo do projeto é construir um modelo de desenvolvimento sustentável para as terras indígenas. “O que nós precisamos agora é trabalhar essa questão do desenvolvimento sustentável dos povos indígenas que se inicia com esse projeto piloto”, afirmou Nobre.

Bird e WWF se unem ao Brasil para a criação da Arpa

Agência Brasil – ABr – O Banco Mundial (Bird) e a organização ambientalista WWF-Brasil unem-se ao governo brasileiro para o lançamento hoje, em Johanesburgo, de um novo programa destinado a triplicar a área de floresta tropical sob proteção federal. O objetivo é garantir a conservação ambiental de uma extensão quase do tamanho do estado da Bahia (ou da Espanha) e equivalente a 12% do total da floresta amazônica, que hoje ocupa 4,1 milhões de km2 no Brasil, aproximadamente metade do território nacional.

Trata-se do Programa Arpa (Áreas Protegidas da Amazônia), que terá duração de dez anos e foi anunciado hoje pela manhã em Johanesburgo, onde acontece a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 10). O Arpa vai proteger 500 mil km2 (ou 50 milhões de hectares) representativos das 23 ecoregiões do bioma Amazônia, incluindo os vários tipos de paisagens e recursos genéticos, bem como da diversidade de comunidades locais, que poderão se beneficiar do programa.

Nosso compromisso com a conservação da floresta amazônica deixou de ser uma promessa. Mediante a união de esforços com nossos parceiros e da implementação do Programa Arpa, o Brasil dá um exemplo de conciliação das prioridades ambientais e sociais. Seguem-se passos concretos. O primeiro ocorreu 12 dias atrás, disse o presidente Fernando Henrique Cardoso, ao referir-se à criação do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, com 38.867 km2, hoje o maior parque nacional do mundo em área de floresta tropical.

IDM
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Corredor ecológico Araguaia / Bananal terá o triplo do tamanho de Alagoas

Agência Brasil – ABr – Com o triplo do tamanho do estado de Alagoas, os nove milhões de hectares do Corredor Ecológico Araguaia/Bananal – um dos mais modernos instrumentos de planejamento e de gestão de ecossistemas para a conservação da natureza – ligarão as áreas protegidas de trinta e nove municípios dos estados de Goiás, Tocantins, Pará e Mato Grosso protegendo a biodiversidade de uma das mais importantes áreas de transição (ecótonos) entre os biomas Cerrado e Amazônia.

Portaria criando o Araguaia/Bananal será assinada pelo presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rômulo Mello, durante o IV Seminário de Gestão Sócio-Ambiental no município de Conceição do Araguaia/PA, dias 4 e 5 próximos, para discutir com as comunidades locais envolvidas os problemas ambientais mais cruciais para a conservação dos ecossistemas abrangidos pelo corredor ecológico. O encontro organizado pela coordenadoria geral de Ecossistemas da diretoria de Ecossistemas do Ibama será no Hotel Tarumã.

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Convênio assegura fiscalização de terras dos índios Kayapó

Funai – A Funai e a Federação dos Povos Indígenas Kayapó do Estado do Pará firmaram ontem, (29.08), convênio para garantir a fiscalização e a proteção das terras dos índios Kayapó, que vivem nas aldeias Gorotire, Kubenkankrein e Moikarakô, ligadas à Administração Executiva Regional (AER) de Redenção. Assinado pelo presidente da Fundação, Artur Nobre Mendes, e pelo representante da Federação, cacique Miki Kayapó, o convênio assegura o treinamento e capacitação dos índios, por meio de cursos específicos realizados pelo Departamento de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente – Depima, que orientará e prestará a assistência técnica necessária à Federação.

Em contrapartida, a Federação dos Povos Indígenas Kayapó promoverá a aviventação, a limpeza das picadas existentes nos limites das terras sob o seu domínio e manterá os marcos e as placas de sinalização. Deverá, ainda, manter os equipamentos de comunicação e informar à Funai, quaisquer violações legais referentes à entrada na área ou atividades de caça, pesca ou garimpo por não-índios no local. Para a proteção das terras indígenas previstas no convênio, a Funai vai repassar à Federação recursos no valor de R$ 57,4 mil, provenientes do seu orçamento.

Segundo Artur Nobre Mendes, as terras indígenas têm grande extensão no país, e o apoio dos índios na fiscalização é muito importante para favorecer a ação dos órgãos oficiais, Funai, Ibama e Polícia Federal, na proteção ambiental. O cacique geral dos índios, Horácio Kayapó, destacou que a assinatura do convênio é um grande passo para impedir a ação de madeireiros e garimpeiros, e manter unidas as lideranças indígenas.
E ainda até o final do ano, a Funai implantará um convênio que permitirá aos índios Kayapó o desenvolvimento de atividades auto-sustentáveis como a produção e a comercialização de castanhas, mel de abelha, folhas de jaborandi, sementes de mogno, mudas de árvores, frutas da região e outras matérias-primas retiradas da natureza.