Participantes do Projeto Rondon apresentarão diagnóstico e soluções para cidades visitadas

Os participantes do novo Projeto Rondon terão 11 dias para fazer um diagnóstico dos problemas das 13 cidades da Amazônia Ocidental atendidas pelo programa. No início de março, os 200 estudantes e professores deverão enviar um relatório das atividades para as universidades a que estão ligados. As cidades amazônicas visitadas apresentam problemas como falta de saneamento básico e alto índice de analfabetismo, por exemplo.

Para o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta, esse levantamento deverá pressionar o governo a adotar políticas públicas que solucionem as carências da região. "O projeto anterior tinha um caráter mais assistencialista. Este fará um diagnóstico e apresentará soluções que precisam ser respondidas pelas esferas públicas, pelo poder público local, federal e estadual".

O documento elaborado pelos universitários deve detalhar as necessidades detectadas e propor soluções. "As universidades também terão que cumprir esse papel, de apresentar soluções criativas, mas permanentes para solucionar os problemas", completa Petta.

O Projeto Rondon foi relançado nesta quarta-feira (19), em Tabatinga (AM), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o Ministério da Defesa, o custo da primeira fase do Projeto Rondon está estimado em R$ 2 milhões. A segunda etapa do projeto deve começar em julho.

Em entrevista à Rádio Nacional AM, o ministro da educação, Tarso Genro, disse que a cidade foi escolhida por se tratar de "uma região de integração não muito forte com a estrutura de um Brasil desenvolvido, além de ser uma área de bastante pobreza e um território de grande importância para o governo federal, no sentido de integrar a região amazônica na visão do Brasil".

O ministro também ressaltou a importância social e educativa do projeto. "O Projeto Rondon é excelente porque esta relação dos estudantes com a realidade viva do Brasil é muitas vezes mais educativa do que a própria vivência em sala de aula. Também porque tem uma incidência concreta social nestas regiões mais pobres e menos articuladas do Brasil moderno".

Todas as pesquisas e projetos são acompanhados pela equipe organizadora do Rondon. Na segunda-feira (17), as equipes do Projeto Rondon participaram de uma ambientação na selva amazônica e conheceram o 1° Batalhão de Infantaria da Selva (BIS). Ontem, o grupo visitou o Instituto Nacional de Pesquisa na Amazônia (Inpa), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Hospital de Medicina Tropical e ao Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).