Em uma semana, libertados mais 79 trabalhadores de fazendas no Pará

O Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego libertou, na última semana, 79 trabalhadores mantidos em condições semelhantes à escravidão em três fazendas do estado do Pará.

Na Sagarama e na Pedra Azul, propriedades do grupo de Fazendas Reunidas Júlio Avelino S.A, a fiscalização resgatou 39 pessoas, algumas delas doentes, alojadas precariamente e endividadas com a cantina local.

Os outros 40 trabalhavam na fazenda Córrego do Limão, em Rondon do Pará, propriedade da Agropecuária Rio do Ouro S. A.. Os fiscais constataram a falta de mínimas condições de higiene nos barracos de lona coberto com palhas. Alguns dos trabalhadores já haviam saído da fazenda, mas sem nenhum direito trabalhista respeitado.

Segundo informações do ministério, somente nessa operação os auditores fiscais garantiram um total estimado em R$ 119.740 de indenização aos trabalhadores, em 27 autos de infração. Desde a sua criação, em 1995, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego já libertou 16.407 pessoas, em 353 ações.

Nilmário Miranda diz que polícia mineira não acreditou em ameaças contra sem-terra

O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, disse durante a audiência pública da Comissão Mista de Inquérito (CPMI), que a Polícia em Minas Gerais não acreditou que as ameaças contra os trabalhadores sem-terra fossem se confirmar. Miranda acredita que o motivo da descrença é a baixa violência na região do Jequitionha, em Minas Gerais, onde no último sábado (20) aconteceu uma chacina que matou cinco trabalhadores sem-terra. "Essa e uma região muito pobre, mas que apresenta baixos índices de violência. Na cidade de Felisburgo havia muito tempo que não acontecia um assassinato", disse o ministro.

Miranda disse também que não vê a necessidade do Movimento dos Sem-Terra (MST), junto com a Pastoral da Terra de denunciar junto a Organização das Nações Unidas (ONU), isso porque o governo brasileiro tem tomado todas as medidas necessárias para a solução do caso. "A ONU não deve chamar o governo brasileiro, porque nós estamos comando todas as medidas necessárias. Não estamos sendo negligentes", afirmou.

Segundo o ministro, três acusados de participar da chacina já estão presos, entre eles, dois ex-integrantes o MST. Outros quatro mandatos de prisão já foram expedidos. Miranda não acredita que os ex-integrantes presos tenham participado do atentado por vingança, até porque para ele está claro, neste caso, que o crime foi a mando do fazendeiro Adriano Luedy. Quem comandou a chacina, segundo a investigação, foi o sobrinho de Adriano, Calixto Luedy.

Pela investigação, o ministro suspeita que Adriano possa ser um dos homens encapuzadas que integravam os pistoleiros. "Várias provas levam a crer que o crime foi a mando de Adriano Luedy, inclusive ele não fez questão de esconder. Acho que ele pensou que ia ficar impune", disse