Índios do Xingu discutem funcionamento de hidrelétrica com Funai

Brasília – Cerca de 70 índios das etnias Kalapalo, Matipu, Kamayura, Waura, Ruikuru, Yawalapity e Ikpeng se reúnem hoje (28), em Brasília, com o presidente substituto da Fundação Nacional do Índio (Funai), Aloysio Guapindaia, para discutir o funcionamento da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Paranatinga II, entre os municípios de Campinápolis e Paranatinga (MT), próximo ao Parque Nacional do Xingu.

Na semana passada, os indígenas sequestraram oito pesquisadores que faziam estudos de impacto ambiental na região e quatro funcionários da Funai. Todos já foram liberados.

Os índios protestavam contra o funcionamento da hidrelétrica. Eles alegam que a construção prejudica o abastecimento de água nas aldeias e a principal fonte de alimentação, os peixes do Rio Kuluene.

Hoje, os índios vão apresentar as reivindicações. Segundo a assessoria de imprensa da Funai, serão discutidas medidas compensatórias, que podem ser financeiras, ou não, como a construção de postos de saúde, escolas, distribuição de sementes para plantio, entre outras.

Em nota, a Paratininga Energia S/A, empresa responsável pela obra, informou que tem cumprido o Programa Ambiental definido pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) após análise do estudo de impacto ambiental. A empresa também afirmou que continuará cumprindo todas as exigências legais, administrativas e ambientais.

A hidrelétrica começou a funcionar em janeiro deste ano, e já abastece três municípios de Mato Grosso: Gaúcha do Norte, Ribeirão Cascalheira e Barra das Garças. Ainda de acordo com a empresa, em breve, deve ter início novas obras para a construção de redes de transmissão que vão levar energia a mais 16 municípios mato-grossenses.

Líder indígena discutirá com Funai impactos ambientais causados por usina

Brasília – O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, deve receber amanhã (28) lideranças indígenas Ikpeng, que vivem no Parque do Xingu, no nordeste de Mato Grosso. A informação é do líder da comunidade, Kumaré Txicão, que afirmou que o motivo do encontro é discutir os impactos ambientais causados por uma usina hidrelétrica construída no Rio Culuene, afluente do Rio Xingu.

Em entrevista hoje (27) ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional Amazônia, o líder Ikpeng informou que as obras são prejudiciais aos rios do Xingu, uma vez que danificam as nascentes e comprometem a pesca, principal base alimentar dos índios da região.

Na entrevista, Kumuré disse que desde o mês de junho a comunidade não utiliza barcos para navegar, por causa do nível da água.

Na semana passada, os índios da etnia Ikpeng, fizeram 12 reféns – oito pesquisadores que prestavam serviço à empresa Paranatinga Energia S/A e quatro funcionários da Funai. Os indígenas protestavam contra os impactos ambientais causados pela usina hidrelétrica construída pela Paranatinga. Os últimos reféns foram liberados ontem (26). 

ndios do Xingu libertam todos os reféns e acertam vinda a Brasília

Brasília – Índios da etnia Ikpeng, que vivem no Parque do Xingu, no nordeste de Mato Grosso, liberaram ontem (25) à noite os oito reféns que ainda estavam retidos na aldeia Moygú. Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), os reféns foram levados em um avião do órgão até o município vizinho de Canarana e lá foram libertados.

Em seguida, os líderes fizeram um contato por telefone com o presidente da Funai, Márcio Meira, para estabelecer condições para a vinda de representantes Ikpeng a Brasília. No domingo (24) à tarde, os índios já tinham liberado quatro reféns, dos 12 retidos na aldeia desde a última quarta-feira (20).

Ficou acertada a vinda de 70 Ikpeng, entre líderes e guerreiros, a Brasília amanhã (27). O horário não foi definido, porque é preciso fazer diversas viagens de avião entre a aldeia Moygú e Canarana que serão feitas para transportar os indígenas. Do município, a comitiva indígena segue para Brasília em dois ônibus, um trajeto percorrido em cerca de 12 horas.

Na última quarta-feira, os Ikpeng detiveram oito pesquisadores que estavam na região, a serviço da Paranatinga Energia S/A, e quatro funcionários indígenas da administração do posto Pavurú da Funai.

Na sexta-feira (22), ficou acertado entre a Funai e os líderes Ikpeng que, no final de semana, viriam a Brasília 50 guerreiros da etnia e os 12 reféns. Mas, no sábado (23), os índios mudaram de idéia e exigiram a ida do indigenista Cláudio Romero à aldeia.

Os reféns liberados no domingo foram levados até Cuiabá no avião da Funai. Três deles passavam mal. Guerreiros acompanharam a viagem para garantir a volta da aeronave à aldeia. No retorno, o avião e o piloto ficaram retidos. 

Ontem, a indigenista Luzia da Silva foi enviada à aldeia para representar a Funai na negociação com os Ikpeng. Ela também ficou detida. Novos contatos entre órgão e os líderes Ikpeng resultaram na liberação dos reféns, à noite, e no acerto da viagem da comitiva Ikpeng à capital federal. O piloto e a indigenista foram liberados com os demais reféns.

Os indígenas Ikpeng protestam contra os impactos ambientais causados por uma usina hidrelétrica construída pela Paranatinga no rio Culuene, afluente do rio Xingu. Segundo a empresa, os pesquisadores aprisionados trabalhavam no local para fazer um levantamento de impactos ambientais da obra.

ndios do Xingu libertam quatro dos 12 reféns que mantêm desde quarta-feira

Brasília – Indígenas da etnia Ikpeng, do Xingu, em Mato Grosso, libertaram no domingo (24) à tarde quatro dos 12 reféns que mantêm desde quarta-feira (20) na aldeia Moygu. Entre os libertados um é agente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e os outros três são pesquisadores do Instituto Creatio, que trabalham para a Paranatinga Energia, empresa que está construindo uma usina hidrelétrica no Rio Culuene, afluente do Rio Xingu.

As lideranças indígenas que tinha resolvido ir a Brasília no sábado (23) para negociar a libertação dos reféns desistiram da viagem.

Nesta segunda-feira (25), a Funai enviou uma agente indigenista para se reunir com os Ikpeng a fim de negociar uma solução para o caso. A proposta das lideranças indígenas é que o presidente da Funai, Márcio Meira vá até a aldeia Moygu para negociar com os indígenas. Márcio Meira, no entanto, descarta ir ao Xingu enquanto os reféns não forem libertados.

Os pesquisadores estão a serviço da Paranatinga Energia S/A e faziam o levantamento de impacto ambiental quando foram retidos no posto Pavuru, da Funai. Os reféns da Funai são também indígenas, e entre eles está o próprio administrador regional Tamalui Meinako.

Na última sexta-feira (22) a Funai enviou três aviões para a aldeia Moygu para apanhar os líderes indígenas e lavá-los a Brasília para uma reunião com a direção da Funai.

ndios do Xingu negociam com presidente da Funai libertação de 12 reféns

Brasília – A convite do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, 50 guerreiros da etnia Ikpeng, do Parque Nacional do Xingu, no nordeste de Mato Grosso, devem chegar a Brasília amanhã para negociar a libertação dos 12 reféns que estão em poder dos indígenas desde quarta-feira (20).

De acordo com a Funai, os Ikpeng vão se deslocar de avião de Paranatinga, onde vivem, até o município vizinho de Canarana, em 12 grupos, de onde partem para a capital em três ônibus fretados. Cada grupo terá a guarda de um dos reféns.

A reunião entre os indígenas e o presidente da Funai está prevista para este sábado (24).

Os indígenas do Xingu fizeram reféns oito pesquisadores a serviço da Paranatinga Energia, que faziam o levantamento de impacto ambiental da área para a construção de uma pequena central hidrelétrica, e quatro agentes da Funai, que também são indígenas. Todos ficaram no posto

Pavurú . Entre os reféns está o próprio administrador regional da Funai, Tamalui Meinako.

O convite de Márcio Meira é uma contra-proposta da Funai às lideranças do Xingu, que nesta quinta-feira (22) enviaram um comunicado ao Instituto Sócio Ambiental (ISA), exigindo a presença do presidente da Funai e do presidente da Paranatinga Energia na aldeia como condição para libertar os 12 reféns.

O motivo alegado pelos indígenas para a prisão dos 12 reféns é o descontentamento com os possíveis impactos ambientais causados pelas obras de uma pequena central hidrelétrica na região, que está sendo construída junto ao rio Culuene, afluente do rio Xingu.
 

ndios mantêm 12 reféns no Parque do Xingu em Mato Grosso

Brasília – Índios da etnia Ikpeng, que vivem no Parque do Xingu, no nordeste de Mato Grosso, mantêm reféns desde ontem (20) oito pesquisadores que prestam serviço à empresa Paranatinga Energia S/A.

A ação é um protesto contra os impactos ambientais causados pela construção de uma pequena central hidrelétrica (PCH) na região. Quatro funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) também estão retidos. Para libertar os reféns, os indígenas do Xingu pedem a presença dos presidentes da Funai e da Paranatinga.

A assessora de imprensa da empresa, Josana Sales, informou que os pesquisadores faziam levantamento de impacto ambiental quando foram retidos no posto Pavuru, da Funai, na aldeia Moygu. O levantamento, acrescentou, está em fase de complementação e somente após concluído será possível avaliar a extensão do impacto da obra no meio ambiente.

"Tudo vinha caminhando de acordo com todas as reivindicações feitas pelas comunidades indígenas e as determinações do Ministério Público Federal. Então, para nós, foi uma surpresa o ocorrido, até porque esse estudo é importante justamente para definir essas compensações", afirmou.

Os motivos alegados pelos indígenas para manter os pesquisadores e servidores da Funai como reféns foram expostos em carta enviada ao Instituto Sócio Ambiental (ISA). Nesta carta, representantes de nove etnias do Parque Indígena do Xingu se dizem descontentes com os impactos ambientais causados pela construção da usina, como a derrubada de árvores e o uso descontrolado de agrotóxicos em lavouras perto das nascentes do Rio Culuene, um dos principais formadores do Rio Xingu.

Em setembro de 2006, uma liminar do Tribunal Regional Federal da 1ª Região autorizou a continuidade das obras da Pequena Central Hidrelétrica Paranatinga II, no Rio Culuene.  

ndios do Alto Xingu protestam na Câmara contra construção de usina hidrelétrica na região

Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), recebeu hoje (8) 15 lideranças indígenas do Alto Xingu. Eles foram protestar contra a construção da hidrelétrica de Paranatinga 2, que está sendo levantada perto do Parque do Xingu e de Parabubure, terra dos índios xavante, a 570 quilômetros de Cuiabá (MT). Do lado de fora, no estacionamento da Cãmara, 107 indígenas fizeram uma dança de protesto.

Eles dizem que a construção da hidrelétrica vai alagar parte das terras e, por causa do lago que se formará, a cerimônia do Quarup – a festa anual feita pelos índios do Xingu para homenagear seus mortos – será inviabilizada.

Segundo o deputado Eduardo Valverde (PT-RO), que recebeu os índios na Câmara, a reunião com Aldo não pode trazer grandes avanços para a reivindicação dos povos do Xingu. "O presidente disse ponderadamente que não tem como se posicionar. O que pode ser feito aqui na Câmara é a aceleração da aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas", disse.

O deputado explicou que o problema na região vem de um impasse entre a lei estadual – que determina a construção da hidrelétrica – e a lei federal – que garante o direito dos povos indígenas. "Esse é um ato político das lideranças indígenas para que eles saibam as limitações que a Casa tem na aprovação do estatuto", afirmou.

Semana passada, 120 índios de várias etnias que moram perto do local invadiram as obras pedindo a demolição da usina. Depois de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), eles se retiraram da região. Em troca, receberam ajuda do órgão para marcar audiências com o Judiciário, o Ministério Público e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Brasília.

Em maio deste ano, o juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, determinou a paralisação da obra. Ele alegou que a usina poderia causar danos fora da reserva e modificar o rio Culune, afluente do Xingu. A obra – que está 80% construída – se encontra embargada.