Universidade pública do Paraná tem 45 índios aprovados no vestibular

Curitiba – No Paraná, o ano letivo tem início com 45 índios aprovados num vestibular específico realizado em dezembro na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Foram 164 candidatos inscritos, oriundos de diversas tribos brasileiras. As inscrições foram gratuitas e a Fundação Nacional do Índio (Funai) viabilizou o transporte. Alimentação e despesas de acomodação  foram pagas com recursos da Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação e do Ministério da Cultura.

Segundo o  professor Eduardo Harder, da Comissão Universidade para os Índios (CUIA), durante todo o período de estudos os alunos das universidades estaduais receberão uma bolsa da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no valor de R$ 350.

Na UFPR, a bolsa é de R$ 210,00 complementados pela Funai, totalizando R$ 840,00.  Dos sete indígenas da universidade, apenas dois são do Paraná, outros dois vieram de tribos de Santa Catarina, um de Roraima, um do Rio Grande do Sul e o outro de São Paulo. Nas universidades estaduais todos são paranaenses, pois conforme explicou o professor, apenas a UFPR pode, de acordo com o regulamento, admitir povos de outros estados.

Atualmente, as universidades do Paraná têm 78 acadêmicos indígenas matriculados. O vestibular específico para os povos indígenas no Paraná é realizado desde 2002, numa iniciativa do governo estadual, através da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).  

Unemat realiza vestibular diferenciado para formar professores indígenas

A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em parceria com Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), divulgou ontem o resultado do vestibular específico para professores indígenas. Ao todo são 100 vagas oferecidas para os cursos de Línguas, Artes e Literatura, Ciências da Matemática e da Natureza e Ciências Sociais, desenvolvidos no Campus de Barra do Bugres. O processo seletivo faz parte do Projeto de Formação de Professores Indígenas, 3º Grau Indígena.

As provas foram realizadas nos campus da Unemat, em Barra do Bugres e Cáceres, no Parque Indígena do Xingu ( Aldeia Pavuru), Aldeia São Marcos, Aldeia Pakuera, Aldeia Sangradouro e Aldeia Guadalupe, nas cidades de São Félix do Araguaia e Campinápolis. O vestibular oportunizará a formação, em nível superior, de 200 professores de trinta e três etnias, de 13 municípios mato-grossenses e formará a primeira turma em 2005.

O Projeto 3º Grau Indígena teve início em 2001 com o objetivo de garantir a formação de professores indígenas para a docência no ensino fundamental e em disciplinas específicas do ensino médio em suas aldeias. Estruturado com base na formação em serviço, os cursos são divididos em Etapas de Estudos Presenciais, realizadas no campus de Barra do Bugres e de Etapas de Estudos Cooperados de Ensino e Pesquisa, desenvolvidas nas comunidades indígenas. A metodologia desenvolvida garante a formação continuada e a permanência dos acadêmicos em suas aldeias, constituindo saberes com base na realidade vivida, considerando a língua e a cultura de cada povo.