Ibama apreende sete mil toras de mogno no Rio Xingu

IBAMA – Fiscais da Operação Tupiniquim, do Ibama, com base em Tucumã, a 1000 Km de Belém, região Sul do Pará, encontraram sete mil toras (18 mil metros cúbicos) de mogno na localidade de Caxangá, a 40 quilômetros do município de São Félix do Xingu, na região Sul do Estado, a 1.100 quilômetros da capital Belém. Segundo fontes na região, a derrubada foi feita por empreiteiras contratadas pelos madeireiros Osmar Ferreira e Moisés de Carvalho, conhecidos na região como os "Reis do Mogno". A madeira avaliada em oitenta milhões de reais foi extraída ilegalmente da reserva indígena dos Kayapó, localizada na margem esquerda do Rio Xingu. Em vários pontos do rio há pessoas armadas vigiando a madeira e estradas foram abertas para retirada das toras em direção a serrarias clandestinas no município de São Félix do Xingu. Segundo técnicos do Ibama, sete mil toras representam a exploração irregular de cerca de quatro mil hectares de floresta, degradação de ecossistemas e danos irreversíveis à biodiversidade da região.

As imagens inéditas da maior apreensão de mogno em toda a história do Ibama, cerca de 1,5 km de madeira amarrada em forma de jangadas à margem do Rio Xingu, foram feitas pela equipe de técnicos da Acesa Produções Ltda – empresa cinematográfica do cineasta Sérgio Bernardes, do Rio de Janeiro. Bernardes está produzindo o filme Muiraquitã que registra a destruição de florestas no País, além da atuação dos órgãos ambientalistas na região amazônica. No momento em que o Ibama está discutindo junto aos segmentos organizados da sociedade sobre o futuro do mogno, agentes do órgão que estão realizando a operação Amazônia Fique Legal, no sudeste e sul do Pará, comprovam novas irregularidades por parte de madeireiros quanto à exploração do mogno na região.

<b>Desmatamento</b>

Fiscais do Ibama detectaram um desmatamento de 200 hectares às margens do Rio Xingu, que esta sendo feito pela mineração Mucambo (ex-mineradora Canopus). Segundo o Código Florestal, áreas próximas a rios, lagos e igarapés não podem ser desmatadas, por serem consideradas Área de Preservação Permanente. Segundo o engenheiro florestal Norberto Neves, está sendo difícil identificar os autores dos desmatamentos. Mesmo assim, seis autos de infração já foram feitos em uma semana de operação em fazendas nas regiões de Tucumã, São Felix do Xingu e Ourilândia do Norte. As multas já ultrapassam os 500 mil reais. Foram apreendidas 10 moto serras e equipamentos de desmate como foices e facões. A face cruel do desmatamento vem de denúncia que está sendo apurada pelo Ibama de que a madeireira IMPA, que fica a 70 quilômetros de Tucumã, derrubou centenas de árvores de mogno em 30 hectares de sua propriedade. A empresa assumiu compromisso com o Ibama para o replantio de mogno em sua área. Dez anos depois a empresa resolveu derrubar tudo e queimar. A área de 30 hectares está sendo preparada para pastagem com o sacrifício de centenas de árvores de mogno.

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