Candidatos ainda preparam propostas

Cynthia Garda
Jornal do Brasil – José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (PSB), os únicos candidatos a apresentar propostas concretas para a questão em seus programas de governo, prometem esforços para a aprovação imediata do Estatuto das Sociedades Indígenas. Na sexta-feira, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o primeiro presidenciável a reunir-se, em Manaus, com lideranças indígenas para conhecer as demandas.

Os candidatos sugerem caminhos distintos. Serra promete avançar com a demarcação e promover a sustentação econômica e ambiental. Além da continuidade da política da Funasa, com os 34 distritos de saúde indígena. Garotinho quer mais recursos financeiros e humanos para a Funai. Além do direito à terra, discorre sobre educação indígena e promoção de linhas de crédito. Também propõe a revisão da História nos livros didáticos.

A assessoria de Lula informou que proposições concretas ainda serão elaboradas, a partir das propostas nacionais e regionais das lideranças reunidas no Amazonas. Nota da assessoria de Ciro Gomes, do PPS, divulga que, para o candidato, o ponto mais importante é assegurar, na prática, os direitos constitucionais, principalmente referentes à terra e educação, tanto o acesso ao ensino especial quanto a revisão do ensino da História.

Sebastião Carlos Moreira, secretário-adjunto do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), afirma que o próximo governo precisará resolver de fato a situação fundiária das tribos. E garantir a participação delas nas decisões sobre políticas, inclusive de saúde. Qualquer governo que proponha uma política nacional para populações indígenas peca pelo início, diz Carlos Marés, ex-presidente da Funai. Para cada região e, às vezes, para cada povo de uma região, é necessária uma específica. Marés deixou a presidência do órgão fazendo críticas ao governo Fernando Henrique pela violência policial contra índios, negros e estudantes na comemoração dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil. Naquele dia, em Porto Seguro, concentraram-se 500 anos de elites conservadoras, preconceituosas e violentas. Este é um país construído em cima de muita violência, principalmente em função da terra, afirma.

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