leos vegetais da Amazônia para exportação

Agência Brasil – ABr – Um passo decisivo para a comercialização no mercado europeu de óleos vegetais produzidos por agricultores familiares e assentados da reforma agrária na Amazônia foi dado pela parceria que a Arco Europa e a Arcoamazon fecharam com a empresa francesa Teco Finance Export, especializada na transformação e distribuição de oleaginosos tropicais. Três tipos de óleos foram escolhidos para o início do trabalho: andiroba, copaíba e babaçu.

A metodologia de conquista do mercado europeu definiu duas ações simultâneas que deverão garantir sua conquista e manutenção: a prospecção da indústria cosmética por meio de uma estratégia de comunicação forte, juntamente com o envio de amostras de óleos já refinados, ao mesmo tempo que a comercialização imediata destes óleos no mercado de produtos naturais.

A indústria cosmética está acompanhando a tendência mundial de crescimento do movimento ecológico de valorização do « natural », integrando ingredientes naturais a novas fórmulas de produtos. Já existem iniciativas neste sentido na empresa inglesa The Body Shop e na francesa Yves Rocher.

O nicho dos produtos naturais é menor mas de penetração bem mais fácil, pois as normas de qualidade são mais leves, só utilizam o óleo bruto, e a decisão final sobre a compra depende apenas do gerente da empresa ou da loja e não de vários departamentos como no caso na indústria cosmética. Existem hoje na França 1500 lojas independentes de produtos naturais somadas às redes de pequenos supermercados especializados.

Para Michel Pobeda, gerente da Teco, o lançamento de um novo óleo no mercado exige um longo processo, que pode alcançar até quatro anos, mas garantiu que os amazônicos tem condições de ocupar espaço na Europa. Ele explicou que tecnicamente eles apresentam as mesmas qualidades dos óleos já usados pelas indústrias cosmética e de produtos naturais. Além disso, o apelo amazônico tem grande potencial de marketing tanto no aspecto do sonho e do imaginário como no da ecologia e da preservação da floresta amazônica, reconhecida como o pulmão do mundo , acrescentou.

Especialista em óleos da Amazônia, Pobeda trabalhou no Brasil de 1985 a 1989 num projeto de plantação de cajueiros em Salinas, a 200 km de Belém. Com 20 anos de experiência, a TECO F.E. oferece hoje à indústria cosmética ampla gama de óleos brutos ou refinados (manteiga de karité, óleos de amêndoa, de abacate, de caju, de damasco, de sésamo, de castanha do Brasil/do Pará, de macadamia, de tamanu, de jojoba entre outros ) com a qualidade exigida pelo mercado.

Segundo estudo de viabilidade encomendado pela ARCO Europa à TECO, e considerando somente os óleos nobres , ou seja, o segmento de mercado onde os óleos amazônicos tem potencial de penetração, o mercado europeu representa um volume de 2mil a 3mil toneladas por ano, de algumas centenas de kg para o óleo de tamamu ou de caju, por exemplo, a centenas de toneladas para a manteiga de karité.

Com base no volume de mercado dos óleos nobres, que é de 2mil a 3mil toneladas por ano, Pobeda estima que os óleos amazônicos poderiam chegar dentro de 10 anos a 20% do mercado europeu, ou seja, 500 toneladas por ano.

Considerando-se que a quantidade mínima para a refinação é de 2 toneladas e apostando nas vendas de 200 kg no mercado de produtos naturais, o objetivo no primeiro ano de teste seria de 2,2 toneladas por cada um dos tipos de óleo, ou seja, cerca de sete toneladas em 2003. A previsão para 2004 é de 18 toneladas e para 2005, de 24 toneladas.

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