Cineasta resgata a cultura dos índios Guatós

Agência Brasil – ABr – O vice-governador de Mato Grosso do Sul, Egon Krakhecke, recebeu hoje o cineasta sul matogrossense Joel Pizzini. O encontro aconteceu no Parque dos Poderes e serviu para que o cineasta falasse sobre “500 Almas” – seu filme sobre a cultura dos índios Guatós, que deve ser finalizado ainda este ano. O filme tem a participação do ator Paulo José. Existem, atualmente, cerca de 500 guatós em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e apenas 20 deles falam a língua guató – o filme resgata esta história, explica o cineasta.

Além de filmar nos dois Estados pantaneiros, a construção de “500 Almas” incluiu vasto levantamento etnográfico em diversos países da Europa. “Recolhemos muito material a respeito destes índios, que chegaram a ser declarados extintos”, conta Pizzini, “São depoimentos, imagens, material bibliográfico e até mesmo um dicionário do idioma guató sistematizado por uma pesquisadora de Pernambuco”. Para Egon, trata-se de um resgate importante do patrimônio étnico e cultural do Estado, que é esperado com ansiedade, e mais uma brilhante contribuição do Joel Pizzini à inteligência brasileira”.

“500 Almas” não é apenas o primeiro longa-metragem de Pizzini, mas o primeiro longa produzido em Mato Grosso do Sul. Considerado pela crítica como um dos talentos mais originais do recente cinema brasileiro, Joel Pizzini é responsável por curtas-metragens premiados internacionalmente.
“Caramujo-Flor” (1988), ensaio poético sobre a obra de Manoel de Barros, foi vencedor do Festival de Huelva, na Espanha, e premiado no Rio Cine Festival (melhor montagem), no Guarnicê de Cine-Vídeo (melhor filme, fotografia e trilha sonora) e nos festivais de Brasília (melhor direção e fotografia) e Curitiba (menção honrosa).

Seu segundo curta, “Enigma de Um Dia” (1994), uma experiência a partir do quadro homônimo do pintor De Chirico e protagonizado pelo ator Leonardo Villar, recebeu os prêmios de Melhor Filme de Curta-Metragem no Festival de Gramado e Melhor Filme pelo Júri Oficial (Prêmio Palmares) no Festival Internacional de Figueira da Foz (Portugal). Pizzini também filmou outros dois curtas: “O Pintor” (96) e “Glauces – Retrato de um Rosto” (2000).

Marília de Castro

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *