Educação ambiental ainda é novidade na região

A preservação ambiental é uma preocupação nova no Jalapão. Conhecida por ser um ecossistema delicadíssimo, a área é vista por especialistas como um importante e estratégico depósito da água doce nacional, ameaçado de virar um enorme deserto se não for preservado. Percebendo isso, há cerca de dois anos o governo começou a olhar a região com mais cuidado.

foto21.jpgO marco neste sentido é a recém criada Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins, sob responsabilidade do Ibama, é considerada uma das mais importantes áreas de preservação do cerrado. A reserva é das principais medidas do pacote verde anunciado pelo governo Fernando Henrique para comemorar o dia da árvore em 2001. Sua formalização aumentou em cerca de 30% a área de cerrado protegida por lei.

Além disso, ela forma um corredor ecológico ao lado do Parque Nacional Nascentes do Parnaíba; das Áreas de Preservação Ambiental (APAs) da Serra da Tabatinga e do Jalapão (TO) e do Parque Estadual do Jalapão (TO). No total, são 160 mil hectares de vegetação nativa. A intenção é salvar a fauna da região e permitir a mobilidade dos animais por esta extensa faixa contínua de verde.

Para tanto, o acesso à reserva será restrito. O chefe da equipe do Ibama, composta por apenas três técnicos, Paulo Cezar dos Reys Bastos, explica que os visitantes não precisam se preocupar. "Nós estamos protegendo uma área extremamente delicada de nascentes, lagoas e veredas que está ao sul das dunas e não inclui nenhum dos pontos turísticos", afirma.o também promete ser um importante aliado para promover o desenvolvimento sustentável da região. Um dos desafios da equipe é tornar as novas oportunidades econômicas, como o turismo e o artesanato, em aliados na preservação e nas tão necessárias melhorias sociais.

jacare.jpgUm trabalho de educação ambiental, por exemplo, foi iniciado pela equipe em Ponte Alta, sede da Estação, e deve ser ampliado para outros vilarejos como Mateiros (TO) e até Formosa do Rio Preto (BA), no extremo leste da região. Técnicos do Ibama trabalham ao lado dos professores para conscientizar os alunos da rede local. "O resultado em Ponte Alta já foi muito bom, conseguimos passar noções de eco-turismo e agora estamos começando a fazer o trabalho de formação de condutores" – explica o técnico do Ibama, Miguel Bernardino dos Santos. mais importante dessa iniciativa, além de gerar mais uma oportunidade de renda para os moradores, é evitar o turismo predatório. Com equipe tão pequena, o Ibama terá que contar com toda colaboração para preservar a região. Em fevereiro deste ano, foi ministrado pela primeira vez um curso de formação de condutores que habilitou dez moradores como guias oficiais. A idéia é seguir o caminho da parceria com a população e conseguir conscientizar e fiscalizar ao mesmo tempo.

Osso da mandíbula de um filhote de jacaré abatido por caçadores nas imediações de uma lagoa. Foto: Fábio Pili

Nessa linha, outra função fundamental do grupo é prestar esclarecimentos para fazendeiros. Como em várias outras partes do país, um dos grandes inimigos do meio-ambiente no Jalapão é o fogo para pastagem. A idéia é orientar e conversar para evitar novos incêndios. A caça de animais silvestres também é um dos assuntos que devem ser fiscalizados pelo Ibama local.

< O brilho do Capim Dourado  | Traçando as fronteiras da futura reserva >

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