Força do agronegócio impede que índios tenham direito a terras, diz presidente do Cimi

No Brasil, a força do agronegócio impede que os povos indígenas tenham a garantia do direito às suas terras tradicionais, como determina a Constituição Federal de 1988. A avaliação é do presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Dom Franco Masserdotti, que participa, no município de São Gabriel (RS), da Assembléia Continental do Povo Guarani.

O encontro lembra os 250 anos da morte do líder indígena guarani Sepé Tiaraju, que lutou contra a dominação de Espanha e Portugal na região. Cerca de mil lideranças do povo guarani vindas de oito estados brasileiros, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai estão reunidas para debater a questão indígena e discutir formas de superar problemas como a falta de terra.

"A força da elite econômica agrária está prevalecendo no país, impedindo que o governo, o Congresso e o Poder Judiciário façam o que a Constituição Federal determina em relação a terras tradicionais indígenas", afirmou o presidente do Cimi, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo Dom Franco Masserdotti, o acesso à terra é uma reivindicação histórica dos povos indígenas. "Após 250 anos, o motivo da luta continua sendo o mesmo, continuam existindo desafios graves. Os índios não estão podendo viver com dignidade em suas terras".

No entendimento do presidente do Cimi, é preciso que os índios se organizem entre si e também com outros movimentos sociais para cobrarem seus direitos. "A solução é a luta pacífica e organizada de todas essas forças e movimentos que querem um Brasil mais solidário, mais justo, sem exclusões, que se orgulhe de ter uma riqueza pluriétnica e pluricultural", defendeu.

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