Cacique truká diz que grupo de extermínio age em Pernambuco

Brasília – As populações indígenas têm sofrido ameaças em Pernambuco, denuncia o cacique Aurivan dos Santos Barros, conhecido como Neguinho Truká. Segundo ele, há um grupo de extermínio que se auto-denomina "Mamãe cria e nós mata". Neguinho acredita que há participação de policiais militares no grupo. A Polícia Militar de Pernambuco não quis conceder entrevista à Agência Brasil sobre o tema.

Duas mortes ocorreram, no ano passado, na aldeia chefiada por Neguinho. Os índios acusam a Polícia Militar de ser autora do assassinato. O caso vem sendo investigado pela Delegacia da Polícia Federal (PF) no município pernambucano de Salgueiro. A PF, a pedido do Ministério Público Federal, está colhendo informações.

O cacique diz que outros membros da aldeia estão jurados de morte. "Temos, hoje, o pajé da aldeia, Adailson dos Santos Vieira, que está sendo perseguido e Romero dos Santos Barros que também está sendo perseguido. Eles dizem que os próximos agora serão eles", conta.

Segundo o advogado Sandro Lobo, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o problema entre os Truká e a Polícia Militar de Pernambuco existe desde 1998, quando os índios começaram a reocupar as terras consideradas tradicionais e passaram a retirar dali os fazendeiros que ocupavam a região. Segundo ele, com essa retomada, as polícias Militar e Civil começaram a perseguir os índios e a acusá-los de furto de gado, formação de quadrilha, entre outros crimes. Essas lideranças indígenas começaram a ser prejudicadas, ficando impedidas de retornar para seu território.

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