Cana-de-açúcar gera mais energia que hidrelétricas

O crescimento do mercado de etanol no país, que em fevereiro último ultrapassou o consumo de gasolina pela primeira vez nos últimos 20 anos, fez os produtos derivados da cana-de-açúcar ultrapassarem, em 2007, a fonte hidráulica como geradora de energia, ficando atrás apenas do petróleo e seus derivados. Entre os derivados, estão o próprio etanol e o bagaço, usado como fonte geradora de calor e energia.

Dados preliminares do Balanço Energético Nacional, divulgados hoje (8) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), indicam que a cana-de-açúcar, que nos últimos anos já vinha se destacando pelo crescimento expressivo na matriz energética brasileira, atingisse 16% na composição das fontes de energia utilizadas no país, contra 14,7% de participação da energia hidráulica e 36,7% do petróleo e derivados. Embora tenha mantido a liderança, a participação do petróleo na matriz recuou em relação aos 37,8% verificados em 2006.

Os números da EPE foram apresentados pelo seu presidente, Maurício Tolmasquim. Ele disse que a nova posição ocupada pela cana-de-açúcar é irreversível e deve-se, principalmente, ao consumo de etanol no país.

“O ano passado foi muito importante e simbólico para o setor energético do Brasil: primeiro 70% do crescimento de energia no país foi devido à expansão das fontes renováveis, o que reforça o papel de um país com qualidade muito boa em sua matriz energética; e em segundo lugar, a cana-de-açúcar passou a ser mais importante na matriz energética do que a energia hidráulica. Portanto, é um ano simbólico porque durante décadas, a energia hidráulica era a segunda fonte na matriz depois do petróleo. E tudo indica que isso é uma tendência que veio para ficar”.

Os dados divulgados pela EPE, empresa encarregada de pensar o planejamento energético do país, indicam ainda que o consumo de álcool hidratado, em razão do crescimento da comercialização do veículos com motor flex, cresceu 46,1% em 2007, atingindo 10,4 bilhões de litros, enquanto o álcool anidro, misturado à gasolina, teve expansão de 19,7%, chegando aos 6,2 bilhões de litros. Já o consumo de gasolina fechou 2007 com queda de 3,9% frente a 2006: 18 bilhões de litros.

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