Projetos vão ensinar índios de Mato Grosso do Sul a cultivar hortas e pomares

Os índios guarani-kaiowá e terena que moram em Dourados, no Mato Grosso do Sul, vão aprender a cultivar hortas e pomares para superar o problema de falta de alimentos que atinge as tribos da região. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Instituto de Desenvolvimento Agrário, Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa do Grosso do Sul vão desenvolver na região o Projeto Quintais de Subsistência e a Horta Escolar.

O projeto Quintais da Subsistência é destinado a famílias que disponham de pequena área para plantio de milho, arroz, amendoim e mandioca, além de árvores frutíferas. Já o Horta Escolar será desenvolvido ao lado da Escola Municipal Araporã, em uma área de mil metros quadrados. Os alunos e agentes indígenas vão aprender a plantar uma horta e cuidar dela.

De acordo com a coordenadora do Programa de Promoção de Igualdade, Gênero, Raça e Etnia do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Andréa Butto, a idéia do projeto é suprir a falta de alimentos da população indígena.

"O governo federal vem atuando para garantir a sobrevivência e a segurança alimentar dessas populações. Estamos adotando ações estruturantes de educação, de resgate do conhecimento tradicional dos índios para superar o problema de carência alimentar. A partir da produção de alimentos para o próprio consumo, a idéia é garantir também renda para os índios", informa a coordenadora.

Andréa Butto disse que o governo vai recuperar as práticas alimentares dos índios que foram prejudicadas por causa da degradação ambiental.

Campanha de vacinação indígena vai chegar a 576 aldeias a partir desta semana

A Fundação Nacional de Saúde inicia nesta segunda-feira uma campanha de vacinação em 576 aldeias indígenas localizadas em 12 estados brasileiros.

A campanha faz parte da Terceira Semana de Vacinação nas Américas, promovida pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Em anos anteriores, a iniciativa priorizou as aldeias localizadas em áreas de fronteira e, neste ano, serão beneficiadas as aldeias do interior do país.

A meta da Funasa é vacinar 6. 711 crianças de zero a quatro anos e 7.510 mulheres em idade fértil que vivem nas aldeias localizadas no Alto Purus e Alto Juruá, no Acre, na região de Altamira, no Pará, e na área Yanomami, em Roraima, além de Alto Rio Negro e Alto Rio Solimões, Médio Rio Purus e Vale do Rio Javari, no Amazonas, Cuiabá e Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso, Tocantins, e Mato Grosso do Sul, litoral sul de São Paulo, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais e Espírito Santo.

De acordo com o presidente da Funasa, Valdi Camarcio Bezerra, o trabalho de cobertura vacinal nas aldeias indígenas vai continuar durante todo o ano, seguindo o cronograma estabelecido pelo Ministério da Saúde. Nesta fase, o trabalho de vacinação deverá ser concluído no dia 30 de abril.

O presidente da Funasa informou que, nesta campanha, os índios serão vacinados contra 13 doenças: febre amarela, tuberculose, gripe influenza, hepatite B, sarampo,tétano difteria e coqueluche, meningite, rubéola, varicela, pneumonia e paralisia infantil.

Para realizar a campanha, a Funasa contará com o apoio de órgãos do Ministério da Defesa, como o Exército e a Aeronáutica, e dos Estados e Municípios.

Valdi Camarcio Bezerra fez um apelo aos índios para que se mobilizem para receber as equipes de vacinação. "O importante é que as comunidades indígenas se organizem para receber as equipes em suas aldeias para o processo de vacinação" lembra.

Brasil tem a 2ª maior área de agricultura orgânica no mundo

O Brasil possui a segunda maior área de produção agrícola orgânica no mundo, perdendo apenas para a Austrália. O País ocupava o 34º lugar, mas subiu no raking com a inclusão, no cálculo, do extrativismo sustentável da Região Amazônica. Ao todo, são 6,5 milhões de hectares de terra disponíveis para o cultivo de orgânicos como banana, abacaxi, café, mel, leite, carnes, soja, palmito, açúcar, frango, hortaliças e alguns produtos da Amazônia como castanha, açaí, látex e frutas.

Para o chefe da Divisão de Certificação e Controle da Produção Orgânica do Ministério da Agricultura, Roberto Mattar, com uma área tão grande certificada, "nós estamos garantindo ao produtor a valorização do seu produto e a geração de emprego e renda para as famílias que vivem na região, além da preservação do meio ambiente para as gerações futuras".

Mattar lembra que a cada dia os produtos orgânicos têm conquistado mais mercado dentro e fora do País. "O consumidor consciente sabe que ao comprar um produto orgânico, mais valorizado que o tradicional, não está levando só um produto sem contaminação química, sem agrotóxico, mas ele tem embutido o respeito às tradições culturais, às exigências trabalhistas e às condições sociais do trabalhador", afirma.

Para se ter uma idéia, o Brasil fechou contratos no valor de € 31,4 milhões na Biofach, feira internacional de produtos orgânicos realizada no mês passado na Alemanha. "Na feira, em Nuremberg, os 87 expositores de produtos orgânicos brasileiros venderam o dobro do conseguido no ano passado", informa Mattar.

De acordo com o chefe da Divisão de Certificação e Controle da Produção Orgânica, a criação da Coordenação de Agroecologia neste ano, pelo Ministério da Agricultura, mostra o interesse do governo em desenvolver o setor com o apoio dos estados, municípios e dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e Meio Ambiente. "Nosso interesse é manter os agricultores na atividade, produzindo alimento saudável, não se intoxicando e tendo condições técnicas e econômicas para produzir. Desenvolvemos ações de fomento, de certificação e de capacitação, e auxiliamos todos os segmentos envolvidos na cadeia do agronegócio orgânico a cumprirem o seu papel dentro do sistema", conclui o técnico.

Agricultura familiar fornece alimentos a restaurantes populares

Alguns alimentos servidos nos restaurantes populares são fornecidos pela agricultura familiar. O programa Compra Direta Local, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, permite que os restaurantes populares negociem com pequenos produtores.

Segundo José Lélis, presidente da Cooperativa dos Agricultores Familiares Agroextrativistas Grande Sertão, em Montes Claros (MG) a medida garante mais espaço para a agricultura familiar mostrar a qualidade dos seus produtos.

Ele afirma que a comercialização é um dos maiores problemas enfrentados pelos pequenos produtores. "Eu acho que era uma das maiores dificuldades que a gente tinha. A gente conseguia produzir, mas não conseguia vender. A partir dessa negociação com os restaurantes populares, estamos satisfeitos porque estamos colocando o nosso produto no mercado", comemora o agricultor.

Carlos Henrique Siqueira é gerente de dois restaurantes populares em Belo Horizonte. Ele conta que compra por mês 3 mil quilos de polpa de frutas que serão consumidos pelos 13 mil usuários que todos os dias freqüentam os dois restaurantes populares. Carlos Henrique informou que vai ampliar o número de produtos adquiridos da agricultura familiar. "Na semana que vem vamos receber uma carga de bananas dos agricultores familiares. Vamos oferecer de sobremessa. O produto da agricultura familiar tem qualidade e quando encontrarmos os produtos que precisamos, nós compramos", afirma o gerente.

De acordo com Crispim Moreira, diretor do Departamento de Sistemas Descentralizados da Secretaria de Segurança Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o governo repassa até R$ 600 mil por ano para os restaurantes populares. O programa Compra Direta Local permite a aquisição de alimentos da agricultura familiar, garantindo renda e trabalho para os trabalhadores rurais.

Crispim Moreira explicou como é feito o negócio: "o município procura a organização dos trabalhadores rurais e mostra a pauta. Eu quero cinco caixas de alface na segunda-feira, dez caixas de banana na terça e na quarta. Os trabalhadores se reúnem e estabelecem o preço. A prefeitura faz o contrato especificando o preço e o período de fornecimento. Com isso, os agricultores familiares conseguem vender os seus produtos, programar o que vai plantar e definir tarefas para cada membro da família".

O governo federal possui hoje 32 restaurantes populares em 25 cidades e a meta é aumentar esse número para 55 ainda neste ano. Serão gastos R$ 42 milhões.

Brasil apresenta na Tailândia relatório sobre preservação ambiental

O Brasil vai apresentar um relatório sobre as ações na área de preservação do meio ambiente no 3º Congresso Mundial de Conservação da União Internacional para Conservação da Natureza. O encontro será realizado em Bangcoc, na Tailândia, e tem por objetivo fazer um balanço mundial sobre a conservação do meio ambiente.

De acordo com o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco, o Brasil participará do encontro apresentando muitos avanços. Para se ter uma idéia, segundo o secretário, o país assegurou a preservação de uma área semelhante ao estado de Alagoas. "O Brasil participa da reunião de Bangcoc com um conjunto de medidas importantes. O presidente Lula já criou 2,8 milhões de hectares em unidades de conservação, de proteção integral e uso sustentável. Comparando com as administrações anteriores, o governo Lula foi o que mais criou unidades de conservação nos dois primeiros anos", informa.

O secretário informou ainda que o Brasil teve outros avanços na área de meio ambiente. Citou a publicação do Mapa de Biomas, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o MMA, o decreto que reconhece 900 áreas prioritárias para conservação da biodiversidade, a avaliação de todos os biomas brasileiros, que permitirá novo planejamento das ações de conservação da biodiversidade brasileira, e o Atlas dos Recifes de Coral nas unidades de conservação.

João Paulo Capobianco disse que nos próximos anos está prevista a criação de novas áreas de preservação na Amazônia. "A previsão é de que pelo menos entre 15 e 16 milhões de hectares serão protegidos na Amazônia nos próximos dois anos", acrescentou.

As informações do Brasil sobre a conservação do meio ambiente serão apresentadas no próximo dia 20.

Produtos da agricultura familiar chegam aos supermercados no Paraná

Os agricultores familiares do Paraná começaram a vender seus produtos nas grandes redes de supermercados de Curitiba. Uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o governo do Paraná e a Associação de Supermercados facilitou a comercialização dos produtos, considerada um dos maiores problemas do pequeno produtor.

A iniciativa, de acordo com Sérgio Costa, consultor nacional de Apoio a Negócios e Comércios Territoriais, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, está proporcionando aos consumidores curitibanos conhecer melhor os produtos da agricultura familiar e comparar preços e qualidade.

“Até então o público das grandes redes de supermercados não tinha acesso aos produtos da agricultura familiar, que eram vendidos apenas em feiras ou eram agregados às marcas dos supermercados. Agora temos gôndolas estilizadas com produtos apenas da agricultura familiar. Os consumidores conhecem nossos produtos, fazem comparações sobre a qualidade e os preços com os industrializados que também estão disponíveis nas grandes redes”, explica.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e o governo do Paraná investiram R$ 125 mil para montar 30 gôndolas da agricultura familiar nas grandes redes de supermercados. A idéia do governo, de acordo com Sérgio Costa, é levar a parceria para outros estados, atingindo não só os grandes supermercados, mas também os médios e pequenos nas regiões mais próximas das áreas onde são cultivados os produtos, dinamizando as economias locais. "No momento em que nós fazemos parcerias com pequenas redes ganha o produtor, o comerciante e o consumidor", afirma.

Sérgio explica também que é preciso envolver a família do produtor nessa comercialização. “Cada gôndola no supermercado vai ser administrada pelos produtores, a Secretaria de Agricultura e os supermercados. Já existem conversações para utilizar, no processo de venda, os filhos do agricultor familiar, que poderiam explicar a história de cada produto que está sendo vendido” informa.

De acordo com o consultor nacional de Apoio a Negócios e Comércios Territoriais, a experiência está dando certo e será levada para outros estados. Sérgio Costa informou ainda que neste primeiro trabalho já foi registrado um aumento na renda dos agricultores familiares.

Em Curitiba, são 14 produtores que colocam 80 itens nas grandes redes de supermercados . Para a agricultora paranaense Anebela Feltez , sem o apoio do setor público fica caro para o produtor colocar seus produtos à venda no supermercado. Ela explica que os produtos da agricultura familiar são, às vezes, mais caros porque têm melhor qualidade. “Nosso produto chega com uma diferença de preço em relação ao industrializado. Por exemplo, se compramos uma geléia, a da agricultura familiar terá menos açúcar e mais fruta do que a industrializada, por isso a nossa sai mais cara”, afirma.