Agricultura familiar fornece alimentos a restaurantes populares

Alguns alimentos servidos nos restaurantes populares são fornecidos pela agricultura familiar. O programa Compra Direta Local, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, permite que os restaurantes populares negociem com pequenos produtores.

Segundo José Lélis, presidente da Cooperativa dos Agricultores Familiares Agroextrativistas Grande Sertão, em Montes Claros (MG) a medida garante mais espaço para a agricultura familiar mostrar a qualidade dos seus produtos.

Ele afirma que a comercialização é um dos maiores problemas enfrentados pelos pequenos produtores. "Eu acho que era uma das maiores dificuldades que a gente tinha. A gente conseguia produzir, mas não conseguia vender. A partir dessa negociação com os restaurantes populares, estamos satisfeitos porque estamos colocando o nosso produto no mercado", comemora o agricultor.

Carlos Henrique Siqueira é gerente de dois restaurantes populares em Belo Horizonte. Ele conta que compra por mês 3 mil quilos de polpa de frutas que serão consumidos pelos 13 mil usuários que todos os dias freqüentam os dois restaurantes populares. Carlos Henrique informou que vai ampliar o número de produtos adquiridos da agricultura familiar. "Na semana que vem vamos receber uma carga de bananas dos agricultores familiares. Vamos oferecer de sobremessa. O produto da agricultura familiar tem qualidade e quando encontrarmos os produtos que precisamos, nós compramos", afirma o gerente.

De acordo com Crispim Moreira, diretor do Departamento de Sistemas Descentralizados da Secretaria de Segurança Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o governo repassa até R$ 600 mil por ano para os restaurantes populares. O programa Compra Direta Local permite a aquisição de alimentos da agricultura familiar, garantindo renda e trabalho para os trabalhadores rurais.

Crispim Moreira explicou como é feito o negócio: "o município procura a organização dos trabalhadores rurais e mostra a pauta. Eu quero cinco caixas de alface na segunda-feira, dez caixas de banana na terça e na quarta. Os trabalhadores se reúnem e estabelecem o preço. A prefeitura faz o contrato especificando o preço e o período de fornecimento. Com isso, os agricultores familiares conseguem vender os seus produtos, programar o que vai plantar e definir tarefas para cada membro da família".

O governo federal possui hoje 32 restaurantes populares em 25 cidades e a meta é aumentar esse número para 55 ainda neste ano. Serão gastos R$ 42 milhões.

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