Ajude a salvar 200 anos de cultura

Vamos ajudar a campanha da Avaaz.org:

Em poucos dias, 200 anos de cultura tradicional podem ser extintos. A comunidade quilombola de Rio dos Macacos na Bahia pode ser expulsa de suas terras para a construção de uma base da Marinha.

A Marinha do Brasil quer expandir a Base Naval de Aratu a todo custo, mesmo que tenha que devastar uma tradição centenária e expulsar os quilombolas da região. Os pareceres técnicos do governo já afirmaram que os quilombolas têm direito àquela terra, mas eles só têm validade se publicados – e a lentidão da burocracia pode fazer com que o juiz do caso determine a remoção da comunidade antes que seu direito seja reconhecido.

Eles estão com a faca no pescoço e nós podemos ajudar a vencer essa batalha se nos unirmos a essa causa!

Não temos tempo a perder! O juiz decidirá nos próximos dias se retira os quilombolas ou espera a publicação do parecer do governo. A defensoria pública nos disse que somente uma grande mobilização popular pode impedir que a pressão da Marinha prevaleça.

De acordo com estudos, das três mil comunidades quilombolas que se estima haver no país, apenas 6% tiveram suas terras regularizadas. É um direito das comunidades remanescentes de escravos garantido pela Constituição, e responsabilidade do Poder Executivo emitir-lhes os títulos das terras. A cultura quilombola depende da terra para manter seu modo de vida tradicional e expulsar quilombolas dessas terras pode significar o fim de uma comunidade de 200 anos.

A comunidade do Rio dos Macacos tem até o dia 1º de agosto para sair do local e, após isso, sofrerá a remoção forçada. Entretanto, temos informações seguras que técnicos já elaboraram um parecer que reconhece o direito dos quilombolas, mas ele só tem validade quando for formalmente publicado e a comunidade corre o risco de ser expulsa nesse intervalo de tempo.

No caso do Rio dos Macacos, a pressão popular já funcionou uma vez, adiando a ação de despejo em 5 meses. Vamos nos juntar aos quilombolas e apelar para que o juiz da causa garanta a posse de terra dessa comunidade, e carimbe seu direito de viver em harmonia com suas terras. Assine a petição abaixo para impedir que a lentidão da burocracia acabe com uma comunidade tradicional.

Cada vez mais temos visto que, quando nos unimos, movemos montanhas e derrotamos gigantes. Vamos nos unir mais uma vez para garantir o direito de terra da comunidade quilombola Rio dos Macacos e dar paz as famílias que moram no local. Juntos podemos alcançar justiça!

 

Samba de Roda no Recôncavo Baiano procura preservar cultura africana

O Samba de Roda no Recôncavo Baiano, que irá concorrer ao título de Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade, é uma mistura de música, dança, poesia e festa. Presente em todo o estado da Bahia, o samba é praticado, principalmente, na região do Recôncavo. A manifestação cultural está presente em obras de compositores baianos como Dorival Caymmi, João Gilberto e Caetano Veloso.

O samba teve início por volta de 1860, como uma forma de preservação da cultura dos africanos que vieram para o Brasil. De acordo com pesquisas históricas, o Samba de Roda foi uma das bases de formação do samba carioca.

A manifestação está dividida em dois grupos característicos: o samba chula e samba corrido. No primeiro, os participantes não sambam enquanto os cantores gritam a chula – uma forma de poesia. A dança só tem início após a declamação, quando uma pessoa por vez samba no meio da roda ao som dos instrumentos e de palmas. Já no samba corrido, todos sambam enquanto dois solistas e o coral se alternam no canto.

O samba de roda está ligado ao culto aos orixás e caboclos, à capoeira e à comida de azeite. A cultura portuguesa está presente na manifestação cultural por meio da viola, do pandeiro e da língua utilizada nas canções.

Lula lança Programa Nacional do Patrimônio Imaterial

O Programa Nacional do Patrimônio Imaterial, lançado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reúne uma série de medidas para a identificação, reconhecimento, salvaguarda e promoção dos bens culturais de natureza imaterial. O programa será desenvolvido por meio de parcerias com instituições dos governos federal, estadual e municipal, universidades, organizações não-governamentais, agências de desenvolvimento e organizações privadas ligadas à cultura, à pesquisa e ao financiamento.

Entre os projetos financiados pelo Programa estão o inventário Celebrações e Saberes da Cultura Popular, do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, o Projeto Multiculturalismo em situação urbana, que trata das referências culturais na região do bairro do Bom Retiro, as Referências Culturais dos Povos Indígenas do Alto Rio Negro (AM), que reúne informações sobre as comunidades indígenas da região, e as Rotas da Alforria – trajetórias da população afro-descendente na região de Cachoeira (BA).

Durante o evento, foi lançada a candidatura do Samba de Roda no Recôncavo Baiano para o status de Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade, título concedido pela Unesco. O título é uma forma de valorizar e proteger a produção cultural imaterial dos países. O resultado será divulgado pela Unesco em julho de 2005. Em 2003, a Unesco declarou como Obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade a Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi, do Amapá.

Exposição no Planalto mostra quatro bens culturais brasileiros

A exposição Patrimônio Imaterial, inaugurada hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no térreo do Palácio do Planalto, revela as características dos quatro bens registrados como Patrimônio Cultural Brasileiro: o Ofício das Paneleiras de Goiabeiras, do Espírito Santo; a Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi, do Amapá; o Círio de Nazaré, de Belém do Pará; e o Samba de Roda no Recôncavo Baiano. O registro dos bens culturais de natureza imaterial foi instituído no Brasil em agosto de 2000, por um decreto presidencial.

A fabricação artesanal de panelas de barro em Goiabeiras Velha, no Espírito Santo, se tornou uma forma de sabedoria popular feminina. O ofício, passado de mãe para filha, garante o sustento de mais de 120 famílias. As panelas são usadas para cozinhar e servir a tradicional moqueca capixaba.

A Arte Kusiwa é uma técnica de pintura desenvolvida pela população indígena Wajãpi, do Amapá. Os desenhos são feitos no corpo dos índios, em cestos, cuias, tecelagem, bordunas e objetos de madeira. Em geral, eles retratam animais, partes do corpo ou objetos e funcionam como uma forma de comunicação dos Wajãpi. As tintas são feitas a partir de sementes de urucum, gordura de macaco, suco de jenipapo e resinas perfumadas.

O Círio de Nazaré, realizado em Belém do Pará, é a maior festa religiosa do país. A procissão em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, que acontece na segunda semana de outubro, é o ponto alto da celebração. Diferentes atividades do Círio de Nazaré são realizadas antes e depois da procissão. A festa chega a reunir um milhão e meio de pessoas na cidade de Belém. A maioria com o desejo de pagar promessas ou agradecer pedidos atendidos. Os festejos religiosos e profanos em torno do Círio atraem também turistas e curiosos de todas as partes do Brasil e de outros países.