Pesquisadores apostam no controle biológico de pragas para preservar meio ambiente

A proteção ao meio ambiente será lembrada amanhã (5) em todo o mundo. Vários atos e manifestações lembrarão a importância de se preservar o meio ambiente como garantia de futuro para o planeta Terra e para a sobrevivência de várias espécies, inclusive a humana.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolve estudos no sentido de procurar novas práticas e técnicas para o desenvolvimento da agricultura brasileira de modo sustentável ou com o mínimo de impacto possível.

Um desses estudos, da  Embrapa Meio Ambiente, que tem sede na cidade paulista de Jaguariúna, se refere ao controle biológico de pragas. O método emprega micro-organismos, insetos ou sustâncias naturais para conter os danos às lavouras ou aos rebanhos.

Luiz Alexandre Nogurira de Sá, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, explicou que a utilização dessas técnicas é importante, pois além de diminuir o uso de agrotóxicos, também força ao agricultor a manter em sua propriedade reserva de água e desenvolver policulturas para que mais organismos que podem funcionar como controladores naturais possam sobreviver e se desenvolverem.

“Muitas vezes o uso desses produtos afetam esses predadores naturais, então você necessita de um espaço maior, de parceiros e toda a comunidade que utilizam a mesma prática de controle biológico de pragas e isso é importante para o meio ambiente”, disse Luiz Alexandre.

O pesquisador também chamou a atenção para a utilização dos chamados inseticidas naturais que são produzidos a partir de bactérias ou vírus que ao serem espalhados nas plantações causam a morte dos organismos parasitas.

Ele disse que a Embrapa Meio Ambientes dispõe hoje do laboratório de quarentena Costa Lima que é responsável pela introdução de agentes benéficos para controle de pragas em todo o Brasil. Ele ressaltou que a importância do laboratório é a partir da identificação de novos agentes danosos, pesquisar e conseguir predadores que combatam esse novo organismo.

“É preciso que o agricultor faça um monitoramento de campo para saber qual é o número da praga é a quantidade de combatedores naturais para saber se há um equilíbrio ecológico, pois o meio ambiente se baseia nesse processo de igualdade”, disse.

Entre essas práticas ele salientou o estudo desenvolvido pela Embrapa Soja sediada na cidade paranaense de Londrina que através de pesquisas conseguiu combater a lagarta da soja. “Esse programa teve repercussão internacional e configurou-se a maior área onde foi aplicada um organismo biológico”, completou Luiz Alexandre.

Embrapa comemora o Dia do Índio

Brasília – O Dia do Índio será comemorado hoje (19) pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com palestras, assinatura de contrato, lançamento de vídeo e cartilha e exposição de trabalhos. O objetivo é comemorar a data mostrando o envolvimento da empresa com os povos indígenas. São 25 projetos e atividades com vinte etnias, desenvolvidos nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sul.

Como parte das comemorações, será firmado contrato entre a Embrapa e o Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual (Inbrapi) para implementar ações que garantam o respeito e o fortalecimento dos direitos dos povos indígenas. O vídeo Nossa Terra Krahô e a cartilha Como conservamos nossas sementes – ambos em português e em krahô – foram desenvolvidos pelo Programa Fome Zero com o objetivo de divulgar o conhecimento indígena.

As comemorações começam às 8 horas no edifício-sede da Embrapa, em Brasília, com a presença do diretor-presidente da empresa, Silvio Crestana, do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, e do presidente do Inbrapi, Daniel Munduruku.

Japoneses financiam pesquisas com guaraná orgânico no Amazonas

A demanda por produtos orgânicos é um dos segmentos que mais crescem no mercado atual e buscando atender a essa tendência, a Embrapa Amazônia Ocidental cultiva há 18 meses cinco hectares de guaraná sem aditivo químico no seu campo experimental em Manaus. A experiência é parte de um projeto piloto financiado por uma empresa japonesa, para aquisição e exportação de guaraná orgânico. A empresa, que tem escritórios no Brasil, Peru, Estados Unidos, França, Inglaterra e China, é responsável hoje pela introdução de 10 toneladas/ano de guaraná orgânico no mercado japonês, onde é empregado na produção de bebidas energéticas. Nesta semana, os diretores da empresa, Shoji Nagano e Teruaki Matsumura visitam a Embrapa e analisam os procedimentos de certificação orgânica do produto final que deve começar a ser fornecido para o Japão em um ano. No campo, a Embrapa cultiva cinco variedades clonadas, com destaque para o BRS CG 611, que dentro desse sistema é o mais precoce, mostrando um desenvolvimento vegetativo inicial mais vigoroso. Apesar de terem apenas um ano e meio, as plantas já lançaram cachos de flores. Segundo Murilo Arruda, pesquisador responsável pelo trabalho, o experimento encontra-se no estágio de coleta de amostras de planta e solo para análise do impacto dessas práticas orgânicas. A avaliação vegetativa servirá para constatar se a adubação está deixando os guaranazeiros bem nutridos e se o solo sofre algum tipo de degradação física ou química. No experimento são testados como adubação esterco de galinha, carvão e farinha de osso. Em cada cova foram colocados três litros de esterco de galinha e os demais componentes lançados à superfície, ao redor das plantas (coroamento). Esse procedimento será feito anualmente, pelos próximos quatro anos, recomenda o pesquisador. A aplicação desses componentes, explica Arruda, deve-se a importância que cada um exerce no desenvolvimento da planta. A farinha de osso é rica em fósforo e cálcio; o esterco em potássio, nitrogênio e em micronutrientes. O carvão funciona como um condicionante para manter a umidade do solo. O produto orgânico difere-se do convencional por apresentar ausência de aditivos químicos, tais como: herbicidas, inseticidas e adubos industrializados. O controle das pragas e doenças demanda maior mão-de-obra, elevando os custos da produção, mas garante no mercado produtos “limpos” e com preço mais elevado. Hoje, no Amazonas, a amêndoa torrada procedente de plantios tradicionais, é vendida entre R$ 3 e R$ 7 o quilo. O guaraná orgânico, na avaliação dos pesquisadores, pode atingir o patamar de R$ 20 o quilo, tamanho é o interesse do mercado por esse tipo de produto. Com informações da Embrapa Amazônia Ocidental

Embrapa ensina o uso das plantas medicianais do cerrado

Comunidades situadas no nordeste de Goiás estão recebendo cursos de capacitação do projeto Conservação e Manejo da Biodiversidade do Bioma Cerrado – CMBBC, uma parceria entre a Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), o Ibama, a UnB, o Ministério para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido-DFID, a Finatec e o Jardim Botânico de Edimburgo.

Três comunidades, situadas em Mambaí, Guarani de Goiás e Simolândia, recebem uma atenção especial. Elas são atendidas desde o início do projeto, em 2002, e receberam recursos para desenvolver planos de uso de recursos naturais do Cerrado de forma sustentável para a geração de renda junto com outras comunidades dentro de um edital que concedeu R$ 100 mil entre novembro de 2003 e janeiro deste ano.

Nos municípios, os cursos são abertos a toda a população. Os assuntos são associativismo rural aplicado ao manejo do Cerrado, planejamento estratégico participativo em comunidades rurais, o bioma Cerrado, culturas agrícolas tradicionais sustentáveis para agricultura familiar, horta orgânica para agricultura familiar no cerrado, criação e preservação da fauna silvestre para o cerrado, viveiro e produção de mudas de espécies nativas, plantas medicinais, processamento e aproveitamento alimentar de frutas nativas do Cerrado e legislação ambiental.

Farmácia do Cerrado

Entre os recursos concedidos pelo edital do CMBBC a partir do final de 2003, o que deu resultados mais rápidos foi o desejo da comunidade da Agrovila Mambaí de fazer sua própria farmácia a partir de plantas do Cerrado. Seus membros, que já sabiam identificar diversas espécies vegetais terapêuticas, conheceram outras e criaram até uma horta, ao lado da farmácia, para fazer os remédios.

Eles já tiveram um curso de preparação de remédios com uma farmacêutica e repetirão a dose nos dias 1 e 2 de outubro. Mas a falta de acesso à saúde faz com que o interesse pela farmácia do Cerrado também esteja presente em outros municípios. Por isso, o CMBBC oferece um curso em Alto Paraíso, também no nordeste de Goiás, entre 4 e 7 de setembro. O assentamento Belo Horizonte, em Guarani de Goiás, recebe o curso em 29 e 30 de outubro. Outros municípios participantes da programação de cursos são Colinas do Sul, Damianópolis e Pirenópolis.

A Embrapa Cerrados é uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuário e Meio Ambiente.