Samba de roda do Recôncavo Baiano poderá ser patrimônio da humanidade

O samba de roda do Recôncavo Baiano poderá ser considerado Obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A manifestação cultural será apresentada hoje como candidata a integrar o projeto durante lançamento do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial, às 11h30, no Palácio do Planalto.

Durante a solenidade, haverá apresentação do grupo de samba chula Os Filhos da Pitangueira, de São Francisco do Conde, na Bahia.

Na semana passada, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural aprovou a inscrição de duas manifestações da cultura brasileira no Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial: o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, de Belém (PA), no Livro das Celebrações; e o Samba de Roda do Recôncavo Baiano, no Livro das Formas de Expressão.

Samba de Roda no Recôncavo Baiano tem boas chances de ser patrimônio imaterial, diz Unesco

As chances do Samba de Roda no Recôncavo Baiano conquistar o título de obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Unesco são boas. A avaliação é do representante da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Jorge Werthein.

A candidatura do Samba de Roda foi lançada hoje pelo governo no Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimônia. “A forma como foi preparada a apresentação é primorosa. Eu acho que merece porque é uma manifestação muito forte, muito importante. Eu acho que tem todas as chances para ser inscrita como obra-prima”, destacou Werthein.

Segundo Werthein, o reconhecimento da Unesco poderá garantir muitos benefícios ao Samba de Roda. “Isso significa o reconhecimento em dois níveis. Primeiro, a nível nacional. Vejo que é muito importante que muito mais gente saiba no Brasil o que significa o samba de roda e o valor que tem. Em segundo, é muito importante que o Brasil consiga mostrar cada vez mais a tremenda, fantástica, riqueza e diversidade cultural que tem. O reconhecimento pela Unesco é muito mais impacto do que se falássemos de apoio material que se possa dar”.

O título concedido pela Unesco é uma forma de valorizar e proteger a produção cultural imaterial dos países. O resultado será divulgado em julho de 2005. Em 2003, a Unesco declarou como Obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade a Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica dos índios Wajãpi, do Amapá.

Ensino Superior Indígena é tema de conferência internacional

A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em parceria com a Funai, Ministério da Educação, Secretaria Estadual de Educação e prefeitura Municipal de Barra do Bugre, realizará, entre os dias 23 a 25 de setembro, no Campus da Unemat, a 1ª Conferência Internacional sobre Ensino Superior Indígena. A Conferência tem cinco objetivos específicos: discutir as políticas públicas para a formação superior indígena na América Latina; as ações de formação implementadas, buscando superar os problemas e valorizar os resultados positivos; diretrizes que favoreçam a ampliação da oferta de ensino específico para os povos indígenas; socializar as experiências desenvolvidas no Brasil e no exterior; e produzir documentos que auxiliem na definição de políticas públicas voltadas para os povos indígenas.

A Conferência reunirá, além de representantes do Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Guatemala, Nicarágua, México, da Onu e da Unesco, pesquisadores, técnicos, professores, entidades governamentais e não-governamentais de sete países da América Latina, 11 instituições brasileiras de ensino superior, secretarias estaduais de Educação. O presidente da Funai, Mércio Gomes, ministrará, no dia 24, às 15h, uma palestra sobre Educação Superior na Política Indígena Brasileira.

A Coordenadora de Apoio Pedagógico, Neide Martins Siqueira, foi a representante da Funai no planejamento e organização da Conferência. Conforme a coordenadora, a Conferência é resultado da articulação da Funai, Unemat, Seduc-MT e prefeitura de Barra do Bugre, que durantes três anos planejaram e implantaram as bases para o 3º Grau Indígena. “É um projeto pioneiro de formação, específico para professores indígenas, que atende etnias de todo o Brasil”, explicou Neide.

Participação ativa – A Funai, como órgão executor da política indigenista, tem participado ativamente de todas as discussões, atuando intensamente na construção dos novos modelos de educação para todos os povos indígenas e ajudando a nortear as políticas específicas, que têm alcançado os seus objetivos: educação diferenciada, intercultural e bilíngüe para esse segmento da sociedade.

De acordo com a Coordenadora-Geral de Educação da Funai, Maria Helena Fialho, a Funai já gastou, durante este ano, mais de R$ 1 milhão no apoio às ações e programas de educação escolar, somente no Estado de Mato Grosso. Com os recursos descentralizados para as suas unidades regionais a Funai garantiu, entre outros, o Curso de Licenciatura específico de formação de professores indígenas, em parceria com a Unemat, Seduc/MT e Prefeitura de Barra do Bugres; curso de professores indígenas Mebengôkré, com seu respectivo acompanhamento, em parceria com a Seduc/MT/MEC e o curso de formação de professores indígenas do Parque Indígena do Xingu, este último em parceria com o Instituto Sócio-ambiental e Seduc/MT e MEC.