A fundação das novas cidades

Enquanto a vanguarda da Marcha para o Oeste avançava pela selva, na retaguarda um outro grupo tratava de montar a estrutura nos acampamentos que deram origem às primeiras vilas e cidades da região. As duas principais bases para o avanço desenvolvimentista estavam em Aragarças, em Goiás – uma cidade fundada pela Fundação Brasil Central – e em Barra do Garças, uma antiga corruptela localizada nas margens mato-grossense do Araguaia.

Com o incentivo do governo, a região passou a atrair os imigrantes. Caboclos desciam os rios, enfrentando meses de viagem para ocupar o Novo Brasil. O mesmo faziam homens e mulheres do Nordeste. Nessa leva veio o cearense Valdon Varjão, de 79 anos. "Cheguei aqui com uns 14 anos e acabei ficando amigo dos irmãos Villas Bôas", lembra. Apesar da amizade, Varjão culpa os Villas Bôas pelo fato de a região não ter se desenvolvido como ele esperava. “Eu acho que os irmãos desvirtuaram a intenção original que era colonizar toda essa região construindo estradas e novas cidades. A idéia não era catequizar índio e nem fazer Parque Indígena”, reclama.

Mas a nova fronteira brasileira atraia povos ainda mais longínquos. Desde a década de 1950 um grande número de palestinos começaram a chegar num movimento migratório que existe ainda hoje. Atualmente, a colônia domina boa parte do comércio varejista local. “Quando chegamos aqui, tinha um movimento de expansão, esta era uma terra não descoberta. Mas não tinha uma casa de comércio de brasileiros, nem mesmo em Aragarças. Tudo que a gente vendia vinha de São Paulo, pela Transportadora Caçula, e passava por Uberlândia e Goiânia”, contextualiza o veterano Abdel Aziz Ali Saleh cuja família foi uma das primeiras a se instalar no local.

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