Sociedade civil quer critérios socioambientais para empréstimos do BNDES

Organizações da sociedade civil querem critérios socioambientais mais rígidos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para conceder financiamentos públicos. Um documento com essas exigências foi entregue ao presidente do banco, Luciano Coutinho.

A chamada Plataforma BNDES pede que o banco acentue seu rigor em relação a critérios como  transparência, participação e controle social, além de pedir que o banco adote políticas setoriais.

Dentre as reivindicações a curto prazo apresentadas pelos representes das entidades estão a publicação, na página eletrônica do BNDES, de todos os projetos que recebem financiamento do banco e a criação de um canal de interlocução diretamente vinculado à presidência do banco para debater as sugestões propostas.

Nesse debate, deverá ser tratada a a atuação do banco no financiamento às áreas de saneamento, etanol, papel e celulose, integração regional e hidrelétricas. O grupo também recomendou que o banco cumpra a exigência estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2007, no que se refere à redução das desigualdades.

O grupo também convidou Luciano Coutinho para participar de um debate sobre estratégias de financiamento ao desenvolvimento que será realizado durante a 7ª Assembléia da Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais, uma das signatárias do documento. A assembléia acontece de 8 a 10 de agosto, em Brasília.

De acordo com o representante do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) Carlos Tautz, a reunião apontou boas perspectivas e a disposição de Coutinho para remanejar a sua agenda com vistas a ir à assembléia da Rede. “Isso foi positivo porque, daqui a um mês, já será possível perceber se a nossa percepção de que efetivamente retomamos o diálogo em bases superiores está correta ou não”, afirma Tautz.

Segundo Tautz, Coutinho se mostrou receptivo às ponderações apresentadas e pediu o apoio das organizações da sociedade na defesa do caráter público do banco.

Além do Ibase, estiveram presentes à reunião representantes da Rede Brasil Sobre Instituições Financeiras Multilaterais, do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS), da Amigos da Terra Amazônia Brasileira, do Movimento dos Atingidos por Barragens, da Central Única dos Trabalhadores, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, da Rede Alerta Contra o Deserto Verde e da Frente Nacional de Saneamento Ambiental.

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