Grito do Cerrado começa com corrida indígena

Uma corrida indígena de toras abre nesta quinta-feira (9), às 9h, na Esplanada dos Ministérios, o Grito do Cerrado, série de manifestações e eventos culturais em defesa do bioma. De acordo com a organização do Grito, índios das etnias Timbira e Xavante vão passar toras de Buriti de mão em mão do Ministério do Meio Ambiente até o Congresso Nacional.

Cerca de 500 pessoas de outros estados chegaram nesta terça-feira a Brasília para participar da manifestação, que termina na sexta-feira, dia Nacional do Cerrado. Fazem parte do grupo moradores de comunidades de quilombo, índios e representantes de populações tradicionais, reconhecidos como defensores do Cerrado.

A vegetação do Cerrado cobre 14 estados, com uma extensão de dois milhões de quilômetros quadrados. A antropóloga Mônica Nogueira lembra que a alta diversidade biológica e cultural da área está ameaçada. Mônica é secretária-executiva da Rede Cerrado, grupo de organizações e comunidades que trabalha pela preservação do bioma.

“O Cerrado está ameaçado pelo avanço de um modelo de desenvolvimento que não considera modelos de desenvolvimento ambiental”, alerta a antropóloga. “O Grito é uma forma de chamar a atenção da opinião pública, do poder público. Temos encontrar uma forma de desenvolvimento que considere a sustentabilidade ambiental e o respeito às populações tradicionais.”

Estão previstos na programação do Grito do Cerrado uma sessão solene na Câmara Legislativa do Distrito Federal e um debate no Congresso Nacional. Os parlamentares vão receber uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que eleva o Cerrado à condição de Patrimônio Nacional. O título já foi dado à Mata Atlântica e à Amazônia e pode aumentar a rede de proteção em torno do Cerrado.

Um grupo interministerial entrega esta semana para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o Programa Cerrado Sustentável, com várias sugestões de como preservar a área. Entre elas, o aumento no número de unidades de conservação e a aplicação de mais critérios para a expansão da agropecuária, um dos principais setores da economia que ameaça o Cerrado.

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